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SAÚDE INDÍGENA

SAMU indígena, o primeiro do Brasil, é entregue em Dourados com apoio federal

Serviço bilíngue atenderá 25 mil indígenas da aldeia Jaguapiru e reduzirá tempo de resposta em casos de urgência

11 agosto 2025 - 15h00Da Redação
Vander: Primeiro SAMU indígena do país é inaugurado em Dourados, com atendimento bilíngue para 25 mil indígenas e apoio do governo federal.
Vander: Primeiro SAMU indígena do país é inaugurado em Dourados, com atendimento bilíngue para 25 mil indígenas e apoio do governo federal. - (Foto: Lorena Sone)

O Ministério da Saúde inaugurou, no último sábado (9), o primeiro Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) indígena do país. A base, que funciona 24 horas por dia, está instalada na área do Hospital da Missão Evangélica Kaiowá, dentro da aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS), e vai atender cerca de 25 mil indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena.

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Na manhã desta segunda-feira (11), o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) falou sobre a iniciativa em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, programa transmitido ao vivo para todo o Mato Grosso do Sul pelo Grupo Feitosa de Comunicação, com cobertura multiplataforma em redes sociais como YouTube e Instagram do jornal A Crítica.

"O SAMU indígena é um marco na política de saúde do país. É mais agilidade, mais respeito e mais dignidade para quem precisa. Essa entrega mostra que quando o governo federal e o município trabalham juntos, o resultado chega na vida das pessoas", afirmou.

Segundo Vander, SAMU indígena e vira referência para todo o país

Loubet destacou que o serviço foi articulado com recursos federais e que a experiência de Dourados deverá servir de modelo nacional. "É a primeira vez que o SAMU chega com estrutura dedicada às aldeias, respeitando a cultura e o idioma dos povos originários. Isso é cidadania", disse no programa.

O projeto-piloto conta com ambulância exclusiva, 14 profissionais — metade deles indígenas — e atendimento bilíngue, em português e guarani. Segundo o parlamentar, a previsão é reduzir pela metade o tempo de resposta para casos de urgência. "Antes, a comunidade dependia apenas do SAMU urbano, que já tem alta demanda. Agora, a equipe está dentro da aldeia e pronta para agir", afirmou.

Para o cacique Reinaldo Arévalo, da aldeia Bororó, a base dentro da reserva vai encurtar o tempo de espera. "Antes, o socorro demorava muito. Agora, será mais rápido", disse.

O secretário especial de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, destacou que o serviço busca fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e será expandido. "Queremos levar esse modelo a outros distritos sanitários especiais indígenas em todo o país", afirmou. No Brasil, há 34 territórios que podem receber o serviço nos próximos anos.

O Ministério da Saúde vai repassar R$ 341 mil por ano para manter a operação, como parte do plano de universalizar o SAMU 192 até 2026. Atualmente, o SAMU de Dourados recebe R$ 2,2 milhões anuais, valor que mantém a central de regulação, ambulâncias de suporte básico e avançado, além de motolâncias.

Os pacientes serão encaminhados a hospitais de referência, como o Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD), que também possui equipe bilíngue. Todos os espaços da base receberam nomes em guarani, reforçando o respeito à cultura local.

"Esta é uma conquista da comunidade indígena, mas também é uma vitória da política pública que olha para todos, sem exceção. Vamos continuar defendendo mais investimentos como esse para Mato Grosso do Sul", concluiu Loubet na entrevista. Confira a entrevista:

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