
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quinta-feira, 31, que suas forças assumiram o controle total da cidade estratégica de Chasiv Iar, localizada na região oriental de Donetsk, no leste da Ucrânia. A cidade, que é um ponto-chave para o controle das defesas orientais ucranianas, tem sido alvo de intensos combates entre as tropas russas e ucranianas há quase 18 meses. No entanto, o governo de Kiev negou a alegação de Moscou, considerando-a uma invenção.

Victor Trehubov, porta-voz militar ucraniano, desmentiu a afirmação russa, garantindo que "não houve nem mesmo uma mudança na situação". O Estado-Maior do Exército da Ucrânia, em seu relatório diário, confirmou que houve sete confrontos em Chasiv Iar nas últimas 24 horas, embora um mapa do DeepState, plataforma ucraniana de código aberto, mostrasse que a maior parte da cidade estava sob controle russo, mas com algumas zonas ainda em disputa.
A luta por Chasiv Iar é um reflexo das intensas hostilidades que continuam a dominar a região de Donetsk. A cidade fica em uma área estratégica com topo de colina, o que permite aos militares controlar pontos-chave na região, tornando-a um alvo importante para ambos os lados. Nos últimos dias, a Rússia intensificou seus ataques, utilizando drones e mísseis, enquanto Kiev tenta reverter a situação com fortes defesas aéreas.
Além disso, a situação em Kiev piorou com bombardeios russos durante a noite, que resultaram na morte de pelo menos 13 pessoas, incluindo uma criança de 6 anos, e feriram outras 132. Entre os feridos, 14 crianças, incluindo uma menina de 5 meses, estiveram entre as vítimas do ataque, o maior número de crianças feridas em um único ataque desde o início da invasão, há três anos.
A Rússia disparou centenas de drones e mísseis durante a noite, com as defesas aéreas ucranianas interceptando a maioria deles. Entretanto, ao menos 21 drones e 5 mísseis atingiram alvos em Kiev, causando uma onda de destruição e mais vítimas.
No campo diplomático, os esforços de paz estão estagnados. O presidente russo, Vladimir Putin, continua exigindo que a Ucrânia ceda as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, cujas anexações Moscou reivindica, além de demandar que a Ucrânia desista de aderir à Otan. Para Kiev e seus aliados ocidentais, essas condições são inaceitáveis.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reafirmou a posição de seu governo, afirmando que a Rússia responde ao desejo de paz com novos ataques e assassinatos. "A paz sem força é impossível", disse Zelensky, apelando para que os aliados da Ucrânia pressionem Moscou por negociações reais.
As tensões permanecem altas, com líderes ocidentais acusando Putin de procrastinar os esforços de paz enquanto tenta expandir o território sob controle russo.
