
Na manhã desta quinta-feira (18), o governador Eduardo Riedel falava com a tranquilidade de quem prefere o ritmo da administração ao barulho do embate político. Às vésperas de um ano eleitoral, ele disse, sem elevar o tom, que a polarização pode até render discursos, mas não entrega resultados para quem espera do governo soluções práticas.
O governador Riedel não esconde sua posição política. Ele se define como oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao partido do presidente. Ainda assim, faz questão de separar o campo da política do terreno da gestão. Para ele, o funcionamento do Estado exige diálogo constante, especialmente quando os problemas são comuns e atingem a população de forma direta.
Ao lembrar conversas com integrantes do governo federal e com parlamentares de Mato Grosso do Sul, o governador disse que sua postura sempre foi clara. As divergências existem, mas não precisam virar disputa permanente. Na avaliação dele, muitas das metas do Estado e da União caminham na mesma direção, ainda que os caminhos escolhidos sejam diferentes.
Riedel citou exemplos concretos dessa convivência administrativa. O combate aos incêndios no Pantanal, em 2024, exigiu atuação conjunta entre Estado e União. O mesmo ocorreu na concessão da Rota da Celulose, viabilizada após autorização federal para que Mato Grosso do Sul administrasse trechos de rodovias federais. Há ainda ações em andamento nas áreas de educação, habitação e infraestrutura, todas construídas em parceria.
Quando fala sobre políticas sociais, o governador reforça a ideia de objetivos compartilhados. Ele menciona investimentos para levar água a comunidades indígenas e ações voltadas ao enfrentamento da extrema pobreza. Segundo Riedel, discutir se uma iniciativa é de direita ou de esquerda pouco importa quando o resultado chega para quem mais precisa.
Na visão do governador, transformar esses temas em confronto ideológico apenas atrasa decisões e enfraquece a capacidade do poder público de agir. Para ele, governar é escolher prioridades, organizar recursos e fazer entregas, mesmo em um ambiente político cada vez mais tensionado.
Sobre o cenário eleitoral, Riedel observa que o debate começou cedo demais em Mato Grosso do Sul. Ele afirma que qualquer definição sobre reeleição será tratada no momento adequado, dentro do Partido Progressista, e que até lá o foco permanece no dia a dia da administração estadual.

