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21 de outubro de 2025 - 17h31
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POLÍTICA

Ricardo Galvão pode assumir vaga de Boulos na Câmara após ida para a Esplanada

Presidente do CNPq e defensor da ciência, Galvão é o primeiro suplente da coligação e avalia assumir cargo deixado por Guilherme Boulos

21 outubro 2025 - 14h30Raisa Toledo
Ricardo Galvão protagonizou embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que questionou dados de desmatamento da Amazônia apresentados pelo Inpe
Ricardo Galvão protagonizou embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que questionou dados de desmatamento da Amazônia apresentados pelo Inpe - (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Terça da Carne

Com a confirmação da ida do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência da República, o físico Ricardo Galvão (Rede-SP), presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), deve ser o nome a assumir a vaga na Câmara dos Deputados. Ele é o primeiro suplente da coligação PSOL-Rede e obteve 40.365 votos nas eleições de 2022.

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Apesar da expectativa, Galvão ainda não confirma a posse. "Estamos conversando com a Rede Sustentabilidade. Fui eleito por ela. A Rede certamente deve ter interesse. (Eu) certamente irei, mas ainda tem dúvidas", declarou ao g1 na noite de segunda-feira (20).

A assessoria do PSOL informou ao Estadão que a decisão cabe exclusivamente a Galvão.

Quem é Ricardo Galvão? - Natural de Itajubá (MG), Ricardo Magnus Osório Galvão é um dos nomes mais respeitados da ciência brasileira. Engenheiro de telecomunicações pela UFF, mestre pela Unicamp e doutor em Física de Plasmas pelo MIT (EUA), ele ganhou notoriedade nacional em 2019, ao confrontar o então presidente Jair Bolsonaro por críticas aos dados de desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que ele dirigia na época.

Após defender a precisão das informações e o trabalho técnico do Inpe, Galvão foi exonerado, mas o episódio o transformou em símbolo da defesa da ciência no Brasil. No mesmo ano, foi eleito pela revista Nature como uma das 10 personalidades mais influentes para a ciência global.

Da ciência à política - Em 2023, Galvão assumiu o comando do CNPq, com o desafio de retomar investimentos na área científica. Desde então, tem atuado pela valorização de bolsas de pesquisa, incentivo à participação feminina na ciência e fortalecimento das universidades como centros de inovação.

Durante a campanha eleitoral de 2022, defendeu políticas públicas de fomento à ciência e tecnologia, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger. Agora, com a saída de Boulos, pode ter a oportunidade de levar suas pautas para o Congresso Nacional.

Reconhecimento e trajetória - Além de dirigir o Inpe e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Galvão foi presidente da Sociedade Brasileira de Física e membro de conselhos científicos de instituições nacionais e internacionais. É professor titular aposentado da USP, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.

Caso assuma a cadeira na Câmara, Galvão deverá atuar em pautas ligadas à educação, ciência, meio ambiente e inovação, áreas em que tem autoridade técnica e reconhecimento público.

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