
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou nesta terça-feira, 26, que será “duro e implacável” na condução das investigações sobre os descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões. Ele disse que não permitirá que a comissão termine em “pizza” e reforçou que não haverá blindagens nem perseguições em seu relatório.

“Começamos com uma pizza pronta no imaginário da população. Da minha parte, não jogarei a minha história para proteger quem quer que seja. No meu relatório não haverá protegidos nem perseguidos. Estarei para cumprir o rito da investigação”, declarou.
Gaspar revelou ainda que recusou um convite do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para visitá-lo. “O presidente Jair Bolsonaro, semana anterior à escolha, com quem tive pouquíssimos contatos, mas tenho consideração, perguntou por meio do advogado se eu queria fazer uma visita. Preferi recusar para preservar minha imparcialidade”, disse.
Na sessão desta terça-feira, a CPMI pautou a convocação de três ex-ministros da Previdência: José Carlos Oliveira (governo Bolsonaro), Carlos Lupi (atual gestão) e Carlos Gabas (governo Dilma Rousseff).
Além deles, o relator defendeu ouvir dez ex-presidentes do INSS, de gestões que vão de 2012 até 2025, quando vieram a público as primeiras informações sobre as fraudes. Entre os nomes estão Lindolfo Neto de Oliveira Sales, Leonardo Gadelha, Renato Vieira, Leonardo Rolim, Glauco Wamburg e Alessandro Stefanutto, entre outros.
Também estão previstos depoimentos de representantes da CGU, Polícia Federal, Defensoria Pública da União e advogados ligados ao caso.
A comissão aprovou requerimentos para obter acesso a inquéritos da Polícia Federal, processos administrativos do INSS e investigações do TCU, além de documentos da CGU, PGR, STF, Banco Central, Receita Federal e Ministério Público Federal.
O colegiado também pediu reforço técnico de servidores da PF, da CGU e do TCU para apoiar a apuração.
Houve consenso entre oposição e governo para a escolha do vice-presidente da CPMI: o deputado Duarte Jr. (PSB-MA). Ele afirmou que a comissão não será usada para blindagens políticas: “Não estamos aqui para conservar bandidos de estimação. Estamos aqui para investigar e dar a resposta devida. Doa a quem doer”.
