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FRAUDE DO INSS

Relator da CPMI do INSS promete ser 'duro e implacável' e pede isenção em investigações sobre fraude

Alfredo Gaspar (União-AL) rejeitou convite de Bolsonaro e disse que relatório não terá protegidos nem perseguidos; ex-ministros e ex-presidentes do INSS serão convocados

26 agosto 2025 - 10h03Levy Teles e Naomi Matsui
O relator da CPI do INSS, Alfredo Gaspar, conversa com o presidente do colegiado, Carlos Viana; primeiros requerimentos serão votados nesta terça-feira, 26.
O relator da CPI do INSS, Alfredo Gaspar, conversa com o presidente do colegiado, Carlos Viana; primeiros requerimentos serão votados nesta terça-feira, 26. - (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou nesta terça-feira, 26, que será “duro e implacável” na condução das investigações sobre os descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões. Ele disse que não permitirá que a comissão termine em “pizza” e reforçou que não haverá blindagens nem perseguições em seu relatório.

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“Começamos com uma pizza pronta no imaginário da população. Da minha parte, não jogarei a minha história para proteger quem quer que seja. No meu relatório não haverá protegidos nem perseguidos. Estarei para cumprir o rito da investigação”, declarou.

Gaspar revelou ainda que recusou um convite do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para visitá-lo. “O presidente Jair Bolsonaro, semana anterior à escolha, com quem tive pouquíssimos contatos, mas tenho consideração, perguntou por meio do advogado se eu queria fazer uma visita. Preferi recusar para preservar minha imparcialidade”, disse.

Na sessão desta terça-feira, a CPMI pautou a convocação de três ex-ministros da Previdência: José Carlos Oliveira (governo Bolsonaro), Carlos Lupi (atual gestão) e Carlos Gabas (governo Dilma Rousseff).

Além deles, o relator defendeu ouvir dez ex-presidentes do INSS, de gestões que vão de 2012 até 2025, quando vieram a público as primeiras informações sobre as fraudes. Entre os nomes estão Lindolfo Neto de Oliveira Sales, Leonardo Gadelha, Renato Vieira, Leonardo Rolim, Glauco Wamburg e Alessandro Stefanutto, entre outros.

Também estão previstos depoimentos de representantes da CGU, Polícia Federal, Defensoria Pública da União e advogados ligados ao caso.

A comissão aprovou requerimentos para obter acesso a inquéritos da Polícia Federal, processos administrativos do INSS e investigações do TCU, além de documentos da CGU, PGR, STF, Banco Central, Receita Federal e Ministério Público Federal.

O colegiado também pediu reforço técnico de servidores da PF, da CGU e do TCU para apoiar a apuração.

Houve consenso entre oposição e governo para a escolha do vice-presidente da CPMI: o deputado Duarte Jr. (PSB-MA). Ele afirmou que a comissão não será usada para blindagens políticas: “Não estamos aqui para conservar bandidos de estimação. Estamos aqui para investigar e dar a resposta devida. Doa a quem doer”.

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