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Durante três dias, oito senadores brasileiros circularam pelos corredores do Congresso americano tentando desarmar uma bomba comercial: a tarifa de 50% que os Estados Unidos querem impor a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A missão, encerrada nesta quarta-feira (30), não fechou acordos, mas acendeu uma luz de diálogo entre Brasília e Washington.

Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), ambos de Mato Grosso do Sul, afirmaram que a viagem teve como foco mostrar que a medida trará prejuízos para os dois lados. Eles admitiram que não têm poder para negociar oficialmente, mas disseram ter reativado a chamada “diplomacia parlamentar”, que andava enferrujada.
A comitiva conversou com nove parlamentares americanos – oito democratas e um republicano. Entre eles, nomes influentes como Tim Kaine, Ed Markey, Mark Kelly e Chris Coons. Uma reunião com o senador Lindsey Graham, próximo a Donald Trump, chegou a ser marcada, mas não aconteceu.
“Não é uma questão só do Brasil. Queremos que eles entendam que isso também afeta agricultores e empresas americanas. É uma política de perde-perde”, disse Trad. Segundo ele, as conversas devem manter o tema na pauta do Congresso americano.
Além da tarifa, os encontros abordaram a relação comercial do Brasil com a Rússia, principalmente na compra de óleo e fertilizantes. “Eles veem isso como financiamento da guerra. Isso pode trazer problemas futuros e precisa ser considerado”, afirmou Tereza Cristina.
Apesar do esforço, os senadores disseram que nunca houve a ilusão de resolver tudo durante a viagem. “Essa história está só começando”, resumiu Trad. O próximo passo será elaborar um relatório com recomendações para o governo brasileiro e continuar a interlocução com parlamentares e empresários dos dois países.
No fim, o saldo da missão foi menos sobre fechar acordos e mais sobre abrir portas para negociações futuras, deixando a decisão final nas mãos do Executivo dos Estados Unidos.
