
O governo federal vai gastar 57% a mais do que o previsto inicialmente na reforma da Praça dos Três Poderes, em Brasília. O valor passou de R$ 22 milhões para R$ 34,7 milhões, segundo atualização divulgada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As obras devem começar ainda em novembro.
O Iphan justificou o aumento afirmando que houve "ajustes posteriores" no orçamento. O novo valor inclui custos administrativos da obra e um projeto cultural que prevê ações de educação patrimonial, exposição móvel e outras atividades, somando mais de R$ 5 milhões.
O investimento será custeado com recursos da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), via Lei Rouanet.
A revitalização inclui recuperação completa do piso e das estruturas danificadas, restauro de obras de arte e monumentos, modernização da iluminação e melhorias de acessibilidade. O projeto também prevê instalação de câmeras de segurança, sinalização turística e espaços de convivência com bancos cobertos.
A Praça dos Três Poderes, projetada por Oscar Niemeyer e idealizada por Lúcio Costa, está entre os principais cartões-postais de Brasília e abriga os prédios dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
A responsabilidade pela manutenção do local era do Governo do Distrito Federal, mas o Palácio do Planalto assumiu o projeto após críticas feitas pela primeira-dama Janja Lula da Silva, em 2024, sobre o estado de conservação da praça.
O governo federal incorporou a obra ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dentro do eixo de preservação do patrimônio histórico, que contempla 105 projetos em todo o país.
O projeto executivo, elaborado por um escritório de arquitetura de Santa Catarina, custou R$ 744,6 mil. A primeira etapa da obra deve ser concluída em 2026.
A Praça dos Três Poderes foi palco dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e abriga a Chama Eterna da Democracia, símbolo da liberdade e da resistência política no país.
Em nota, o Iphan afirmou que o restauro "reafirma o compromisso do governo com a memória e o futuro do Brasil", destacando a importância simbólica da obra.

