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ELEIÇÕES 2026

Candidatura de Ratinho Júnior à Presidência pressiona PSD e desafia aliados de Lula

Nome do governador do Paraná ganha força e pode limitar apoio regional ao presidente em 2026

9 outubro 2025 - 15h45Gabriel Hirabahasi e Gabriel de Sousa
PSD avalia impacto da possível candidatura de Ratinho Júnior à Presidência e risco de perda de apoio a Lula em 2026.
PSD avalia impacto da possível candidatura de Ratinho Júnior à Presidência e risco de perda de apoio a Lula em 2026. - Foto: Marcelo Camargo e Rodrigo Félix Leal

A possível candidatura de Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, à Presidência da República em 2026 tem causado tensão dentro do próprio partido e ameaça o apoio regional de lideranças que atualmente caminham ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O avanço do nome de Ratinho ocorre em meio ao enfraquecimento de outras alternativas no campo da direita, como o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Nos bastidores do PSD, a leitura é que uma eventual candidatura do governador paranaense pode constranger integrantes da sigla que hoje apoiam Lula, forçando-os a declarar apoio ao correligionário. Embora não exista obrigatoriedade formal, o movimento tem potencial para limitar o alcance político do presidente em estados-chave.

Pressão regional e fidelidade partidária - Em 2022, o MDB viveu situação semelhante: lançou Simone Tebet como candidata à Presidência, mas boa parte da legenda apoiou Lula ainda no primeiro turno. A diferença agora, segundo aliados do PSD, é que Ratinho Júnior tem mais capilaridade, especialmente com o eleitorado conservador e bolsonarista, além de vir de um Estado estratégico no Sul do país.

Se confirmada sua candidatura, lideranças do PSD em estados como Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás — onde o bolsonarismo é mais forte — tendem a seguir o governador. Já em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas, Piauí e Ceará, onde Lula mantém influência, o cenário será mais complexo.

Mesmo com o ambiente político cada vez mais nacionalizado, a perda de apoio em diretórios regionais pode enfraquecer a estrutura de campanha do petista em 2026. Atualmente, o PSD integra o governo com três ministérios: Agricultura (Carlos Fávaro), Minas e Energia (Alexandre Silveira) e Pesca (André de Paula), além de manter diálogo constante com o Palácio do Planalto.

Ministros e parlamentares próximos de Lula já sinalizaram que só migrariam para uma candidatura adversária se o nome for do próprio PSD. Caso a cabeça de chapa da direita seja outro nome, como Tarcísio, a expectativa é que mantenham o apoio ao presidente, mesmo se o partido formalizar coligação com outro bloco.

Pacheco e o xadrez mineiro - Um dos pontos de tensão mais visíveis está em Minas Gerais, onde Lula tenta convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a disputar o governo estadual em 2026. Apesar do aceno, Pacheco ainda avalia outros caminhos: uma possível indicação ao Supremo Tribunal Federal ou nova candidatura ao Senado.

O cenário se complica com a provável filiação ao PSD do vice-governador de Minas, Mateus Simões, aliado do governador Romeu Zema (Novo). A movimentação pode criar barreiras à construção de uma aliança pró-Lula no estado mineiro, que é considerado estratégico em qualquer eleição presidencial.

Nos bastidores, a cúpula do PSD sinaliza que, caso não tenha candidatura própria, a tendência é liberar os diretórios estaduais para apoiar o nome que quiserem, sem impor um palanque único. A estratégia está ligada ao objetivo de maximizar a eleição de deputados federais e garantir uma fatia maior do fundo partidário.

Por ora, a aposta é que Ratinho Júnior pode ocupar o vácuo deixado por Jair Bolsonaro, atualmente inelegível, e encarnar uma alternativa viável para o campo da direita.

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