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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) afirmou, nesta segunda-feira (15), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia que foi gravado durante a reunião em que foi discutido um plano para anular a investigação do caso das rachadinhas, na qual o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) era investigado

"Primeiro que essa gravação não foi clandestina. Havia o aval e o conhecimento do presidente", afirmou Ramagem. "O presidente Bolsonaro pouco se manifestou. Quando o presidente se manifestou, sempre informou que não queria favorecimento", argumentou em um vídeo publicado nas redes sociais.
Relato sobre a reunião de agosto de 2020.
— Delegado Ramagem (@delegadoramagem) July 15, 2024
O Presidente Bolsonaro sempre se manifestou na reunião por não querer favorecimentos ou jeitinhos.
Eu me manifestei contrariamente à atuação do GSI no tema, indicando o caminho por procedimento administrativo pela Receita Federal,… pic.twitter.com/74JYjH7jkq
Segundo Ramagem, o encontro foi gravado porque havia informações de que uma pessoa ligada ao então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, faria "uma proposta nada republicana". "A gravação, portanto, seria para registrar um crime. Um crime contra o presidente da República. Só que isso não aconteceu", argumentou o deputado.
A gravação da reunião faz parte dos autos da Operação Última Milha, que desmontou a Abin paralela, grupo instalado na Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro. Nesta segunda (15), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo do áudio.
A conversa incluiu, além de Bolsonaro e Ramagem, o então chefe do GSI, Augusto Heleno, e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. Na reunião, eles conversam sobre a operação Furna da Onça, que implicou Flávio Bolsonaro e outros políticos suspeitos de terem exigido de funcionários parlamentares a devolução de parte dos salários. Na época, Ramagem era o diretor-geral da Abin.
As advogadas reclamaram dos procedimentos da Receita Federal na apuração do caso e pediram ajuda de órgãos do governo para conseguir provas contra os auditores envolvidos na investigação. Ainda foram feitas acusações de ter havido irregularidades nas ações internas de apuração sobre o caso. Uma das defensoras sugeriu que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) se envolvesse no caso. Jair Bolsonaro, por sua vez, defende que seja procurado o chefe da Receita, José Tostes Neto, então chefe da Receita.
"Ninguém tá pedindo favor aqui. inaudível é o caso conversar com o chefe da Receita. O Tostes (José Barroso Tostes Neto)", disse Bolsonaro.
Diante do áudio divulgado pelo STF, Ramagem argumentou que Bolsonaro "sempre se manifestou que não queria jeitinho e muito menos tráfico de influência".
"As advogadas haviam pedido um início de investigação por meio do GSI. Nesses momentos eu me manifestei contrariamente em todas as oportunidades da reunião. Falei que a inteligência não tem como tratar dados de sigilo bancário, fiscal", alegou.
