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POLÍTICA

Quem é Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro que teve prisão domiciliar decretada pelo STF

Condenado a 21 anos e seis meses, ele integra o núcleo acusado de operacionalizar a tentativa de golpe após as eleições de 2022

27 dezembro 2025 - 11h30Redação
Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, foi condenado pelo STF e teve prisão domiciliar decretada
Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, foi condenado pelo STF e teve prisão domiciliar decretada - (Foto: MRE)

O nome passou anos restrito aos bastidores do Palácio do Planalto, mas ganhou projeção nacional ao aparecer entre os condenados pela tentativa de golpe julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Filipe Martins, ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República no governo Jair Bolsonaro (PL), teve a prisão domiciliar decretada neste sábado (27) por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

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A medida foi adotada um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, episódio que levou o STF a endurecer as ações contra réus já condenados da chamada trama golpista.

Martins é réu do chamado “núcleo 2”, grupo que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), foi responsável por operacionalizar o plano golpista, oferecendo apoio jurídico, técnico e de inteligência. Em 16 de dezembro, ele foi condenado a 21 anos e seis meses de prisão, por cinco crimes.

Natural de Sorocaba (SP), Filipe Martins tem 38 anos. Em perfis profissionais, afirma ser formado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e ter cursado Diplomacia e Defesa na Escola Superior de Guerra, vinculada ao Ministério da Defesa.

Ele chegou ao Palácio do Planalto em 2019, no início do governo Bolsonaro, após atuar com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante o período de transição. Antes disso, declarou ter trabalhado como intérprete e tradutor, além de ter passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e por cursos preparatórios para concursos públicos.

A aproximação com a família Bolsonaro começou em 2014, após contato com o então deputado federal Eduardo Bolsonaro, que se tornou seu padrinho político. Martins também se declara seguidor das ideias de Olavo de Carvalho, figura central na formação ideológica do bolsonarismo.

Durante o governo, o ex-assessor foi apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”, grupo acusado de atuar na disseminação de desinformação nas redes sociais contra adversários políticos. Desde 2022, ele não atualiza seu perfil no Instagram, onde ainda se descreve como assessor especial.

Condenação por racismo - Além do envolvimento na trama golpista, Filipe Martins também responde por outro episódio que teve ampla repercussão. Em março de 2021, ele foi acusado de fazer, dentro do Senado, um gesto associado a supremacistas brancos. O caso resultou na abertura de um processo criminal por racismo.

À época, Martins alegou que apenas ajustava a lapela do terno. O Ministério Público Federal (MPF), no entanto, sustentou que o gesto fazia referência ao acrônimo “WP”, ligado à expressão White Power. Ele foi absolvido em primeira instância, mas o MPF recorreu.

Em novembro de 2023, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região anulou a absolvição. Já em dezembro de 2024, Martins foi condenado pela Justiça Federal em Brasília a dois anos e quatro meses de reclusão, com a pena convertida em prestação de serviços comunitários, além de multas que somam R$ 52 mil. A defesa classificou a decisão como baseada em “conjecturas políticas”.

Entre fevereiro e agosto de 2024, Martins permaneceu em prisão preventiva e deixou a cadeia mediante medidas cautelares. Em dezembro, a Primeira Turma do STF condenou os integrantes do núcleo 2, incluindo Martins e Silvinei Vasques.

Após a tentativa de fuga de Vasques, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de dez condenados, entre eles Filipe Martins. A Polícia Federal cumpre os mandados com uso de tornozeleira eletrônica em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal, com apoio do Exército Brasileiro.

O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa de Martins, confirmou nas redes sociais que a PF esteve na residência do ex-assessor na manhã deste sábado para cumprir a decisão judicial.

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