
O PT de Mato Grosso do Sul anunciou, na última sexta-feira (8), que deixa a base de apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB) e entregará os cargos que ocupa no Executivo estadual. O rompimento, definido em reunião do diretório e das bancadas estadual e federal, foi oficializado em coletiva na sede do partido, em Campo Grande, e confirmado nesta segunda-feira (11) pelo deputado federal Vander Loubet, presidente estadual da sigla, em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação.

"Foi o divisor de águas", disse Loubet, ao comentar a nota de Riedel que criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Temos um compromisso com a democracia e não aceitamos interferência externa na soberania do país", afirmou. Para o governador, a medida representou "excesso judicial" e poderia elevar "a tensão política e jurídica no país".
Loubet lembrou que o PT apoiou Riedel no segundo turno de 2022, mesmo ciente de sua posição de centro-direita. "Acreditávamos que ele era um democrata. Entramos no governo pela primeira vez sem ser o nosso, porque queríamos contribuir. Mas agora ele fez uma escolha que não é compatível com o que defendemos", disse.
O rompimento, definido em reunião do diretório e das bancadas estadual e federal, foi oficializado em coletiva na sede do partido, em Campo Grande, e confirmado nesta segunda-feira (11) pelo deputado federal Vander Loubet, presidente estadual da sigla, em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação
O presidente do diretório estadual, Vladimir da Silva Ferreira, afirmou que a relação política "se tornou insustentável" após o posicionamento de Riedel. "A decisão política é a saída do governo", declarou. Ferreira destacou que o convite para integrar a gestão partiu do próprio governador. "Queríamos contribuir no Estado para construir uma frente de apoio. Hoje, esse cenário não existe mais", disse.
Segundo apuração, 25 cargos são ocupados por indicados ligados ao partido, entre eles a Secretaria de Estado de Cidadania, comandada por Viviane Luiza da Silva. O PT orientou a entrega dos postos, mas a decisão final caberá a cada ocupante. "Se o governador pedir um período de transição, vamos avaliar, mas a decisão política do PT está tomada", disse Ferreira.
Loubet afirmou que a saída será "pela porta da frente" e que a legenda fará oposição "responsável". "Não será uma oposição sistemática. Vamos criticar quando for necessário, mas também ajudar no que for bom para o estado", disse. Ele citou como exemplo investimentos federais recentes: "Acabamos de entregar o SAMU indígena, o primeiro do Brasil, em Dourados. Também temos obras de infraestrutura e programas habitacionais que vão continuar recebendo apoio."
O deputado Vander Loubet avaliou que a filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao PL pode provocar rachas internos e abrir espaço para novas articulações. "Estamos conversando com Fábio Trad. Ele pode ampliar nossa frente no campo da centro-esquerda. Também vamos dialogar com a ministra Simone Tebet, que é uma peça importante e já declarou apoio ao presidente Lula", afirmou.
Pré-candidato ao Senado, Loubet disse que o objetivo central é fortalecer o projeto nacional. "Sou candidato por unanimidade dentro do PT, mas o plano de reeleição do presidente Lula está acima de qualquer interesse pessoal. Quero ajudar Lula a ampliar a bancada e conduzir o trabalho no Senado, que hoje é o grande gargalo", afirmou.
