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POLÍTICA

PT pede a Lula suspensão de relações com governo de Israel e reforça apoio à Palestina

Durante encontro nacional em Brasília, partido critica duramente Netanyahu e defende ação direta do Brasil contra o que chama de genocídio em Gaza

2 agosto 2025 - 09h30Redação
O presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva
O presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva - (Foto: Marcelo Camargo/EBC)

O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou, durante seu 17º Encontro Nacional, realizado em Brasília, um pedido para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspenda relações diplomáticas e comerciais com o governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu. A solicitação faz parte de uma carta de apoio ao povo palestino, aprovada pela militância do partido e lida na abertura do evento, nesta sexta-feira (1º).

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O documento denuncia as mortes de civis em Gaza e na Cisjordânia, com ênfase no impacto sobre crianças. Segundo o texto, um terço dos 55 mil palestinos mortos nos últimos 20 meses seriam menores de idade. O partido atribui essa tragédia aos bombardeios e ao bloqueio imposto por Israel, que resultaram em fome, doenças e mortes de pessoas desarmadas, incluindo aquelas que buscavam ajuda humanitária.

“O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de crimes de guerra até por ex-primeiros-ministros e ex-embaixadores de Israel”, diz o documento.

A carta também questiona a continuidade do comércio internacional com empresas do complexo industrial-militar de Israel, chamando atenção para países que seguem comprando, vendendo e subsidiando armamentos mesmo diante das denúncias sobre violações de direitos humanos.

“Como se isso fosse normal”, diz o texto, que reforça a solidariedade irrestrita do partido ao povo palestino e apela para que o governo brasileiro adote uma postura mais firme contra Israel.

O documento cita uma fala do presidente Lula, feita em 5 de junho, na qual ele afirmou que os ataques em Gaza não configuram uma guerra, mas sim um “genocídio premeditado”. A carta endossa essa avaliação e pede que o Brasil reaja com firmeza, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o governo de Netanyahu.

Além disso, o texto manifesta apoio à nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) publicada em 6 de junho, que condena as ações israelenses na região e também pede medidas concretas do governo brasileiro.

A abertura do encontro contou com a presença de aproximadamente mil delegados e delegadas de todo o Brasil, além de figuras históricas do partido, como o senador e presidente nacional do PT, Humberto Costa, que leu a carta.

Outras lideranças que participaram da cerimônia foram o presidente eleito do partido, Edinho Silva, e os dirigentes Romênio Pereira, Mônica Valente, Valter Pomar e Misiara.

O evento também teve a participação do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, que acompanhou a leitura pública da carta e o posicionamento formal do partido.

O 17º Encontro Nacional do PT segue até domingo (3), com uma agenda voltada à discussão dos rumos políticos do partido nos próximos anos. A pauta inclui eleições municipais, alianças estratégicas e a política internacional, com forte ênfase na defesa de direitos humanos e soberania popular.

O documento aprovado pelo partido amplia a pressão sobre o governo federal para adotar uma postura mais dura no cenário diplomático internacional, especialmente frente aos conflitos no Oriente Médio.

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