A Comissão Executiva Nacional do PT divulgou nesta quinta-feira (16) uma nota oficial condenando a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de autorizar operações secretas da CIA na Venezuela.
No comunicado, o partido classifica a medida como “uma afronta à soberania do país sul-americano e uma violação do Direito Internacional”, além de considerá-la “inaceitável e deplorável”.
O texto cita ainda ataques a navios venezuelanos realizados por militares americanos, que deixaram ao menos 27 mortos, segundo o partido, e que teriam ocorrido “sem base legal e sem qualquer processo investigativo”. A Casa Branca, por sua vez, alega que as embarcações transportavam drogas com destino aos Estados Unidos.
“A CIA tem um longo histórico de patrocínio e articulação de ações ilegais e desestabilizadoras em países da América do Sul, deixando marcas de ingerência, golpes e ditaduras sangrentas no subcontinente”, diz a nota do PT.
O partido afirma ainda que “condena com veemência mais um ataque dos EUA à soberania da Venezuela” e reforça sua defesa pelos princípios da não ingerência e da autodeterminação dos povos.
Lula ainda não se manifestou - Até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não comentou as ações americanas. Os dois líderes conversaram por telefone pela primeira vez na semana passada, em um gesto de aproximação após a recente crise diplomática causada por tarifas e sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participa de uma reunião em Washington com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. O encontro deve abordar as crises na Venezuela e no Haiti, conforme adiantado pelo Estadão.
Na quarta-feira (15), Trump afirmou que considera estender as ações militares por terra na Venezuela.
“Certamente estamos pensando agora na terra, porque já temos bem sob controle o mar”, disse o presidente em entrevista no Salão Oval.
Em agosto, o republicano já havia ordenado o envio de 10 mil soldados ao Caribe, além de oito navios de guerra, incluindo submarinos e uma embarcação adaptada para ataques anfíbios, sob a justificativa de combater o narcotráfico.
A nova autorização permitirá à CIA conduzir operações letais e secretas na Venezuela e em outras áreas do Caribe, podendo atuar unilateralmente ou em conjunto com operações militares mais amplas contra o governo de Nicolás Maduro.
