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POLÍTICA

PT aponta sabotagem no Congresso e mira Tarcísio em disputa de projetos

Proposta de resolução cita avanço de forças conservadoras, crise com Legislativo e papel de Tarcísio na oposição ao governo Lula

5 dezembro 2025 - 08h35Vera Rosa
Direção nacional do PT questiona ações do governo paulista
Direção nacional do PT questiona ações do governo paulista - (Foto: Taba Benedicto/Estadão)

A direção nacional do PT passou a tratar a atual crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso como parte de um movimento articulado por setores conservadores e pela extrema direita. Para o partido, esse grupo teria se consolidado no comando do Legislativo e atuaria para fragilizar o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Dentro desse cenário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontado como figura central do que os petistas classificam como “projeto privatista” em curso no país.

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Essa leitura aparece na minuta de resolução política que começa a ser discutida pela Executiva Nacional nesta sexta-feira (5) e será analisada pelo Diretório Nacional no sábado, em Brasília. Redigido pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), ligada a Lula, o texto ainda pode sofrer ajustes antes da votação final.

Embora não mencione diretamente o Centrão, o documento se refere ao bloco ao afirmar que grupos conservadores têm criado “instabilidade deliberada” na relação com o Executivo, inclusive ao se apropriar do orçamento federal e “esvaziar o presidencialismo”.

Como exemplo, destaca a sequência de fatos no fim de novembro: a comemoração pela sanção da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil foi seguida, no dia seguinte, pela derrubada dos vetos ao chamado “PL da Devastação”.

A tensão entre os Poderes aumentou após Lula indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha contrariou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que defendia o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O documento também classifica a eleição para o Senado, em 2026, como prioridade estratégica, por entender que a composição da Casa é decisiva para reformas e votações consideradas essenciais ao governo. A orientação é que Lula, ministros e lideranças partidárias atuem diretamente para ampliar a bancada petista.

Tarcísio de Freitas aparece na proposta como o principal representante de um projeto “neoliberal e privatista”. Segundo o PT, o governador tem atuado para dificultar ações do governo federal em áreas como segurança pública, educação, infraestrutura e políticas sociais. Nesta semana, em audiência na Câmara, Tarcísio classificou como “cosmética” a PEC da Segurança proposta pelo governo e voltou a defender a redução da maioridade penal.

Com a segurança pública entre as maiores preocupações do eleitorado, o PT voltou a defender a recriação de um Ministério específico para a área, separado do Ministério da Justiça. A sigla argumenta que o país precisa de uma política nacional integrada, focada em inteligência e no combate ao financiamento do crime organizado.

A minuta também cita a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), avaliada pelo partido como um fato que expõe fragilidades da direita, embora o bolsonarismo siga mobilizado e influente.

Ainda nesta sexta-feira, o PT lança oficialmente o oitavo Congresso Nacional, marcado para abril de 2026. O encontro definirá diretrizes e atualizará o programa partidário. O documento será coordenado pelo ex-ministro José Dirceu e incluirá bandeiras como justiça tributária, revisão da jornada de trabalho para o modelo 6 por 1 e tarifa zero.

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