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Projeto aprovado proíbe músicas com apologia ao crime e conteúdo sexual em 'carretas da alegria'

Proposta do vereador Maicon Nogueira determina que passeios recreativos voltados a crianças não podem tocar músicas com letras ofensivas ou inapropriadas

27 maio 2025 - 16h20Carlos Guilherme
Veículos como 'Carreta Furacão' e 'trenzinhos da alegria' deverão seguir novas regras de conteúdo musical na capital sul-mato-grossense
Veículos como 'Carreta Furacão' e 'trenzinhos da alegria' deverão seguir novas regras de conteúdo musical na capital sul-mato-grossense - (Foto: Imagem meramente ilustrativa)

Texto aprovado nesta terça-feira (28) na Câmara Municipal de Campo Grande proíbe a execução de músicas com apologia ao crime, uso de drogas, conteúdo sexual ou linguagem vulgar em veículos de recreação infantil. A proposta, de autoria do vereador Maicon Nogueira, se aplica a atrações populares como “carretas da alegria” e similares, que realizam passeios voltados a crianças e adolescentes.

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Segundo o texto, músicas que exaltam a criminalidade, contenham expressões de cunho sexual explícito ou promovam comportamentos violentos não poderão ser tocadas em veículos que prestem esse tipo de serviço. O objetivo, conforme o autor do projeto, é preservar o conteúdo infantil e evitar que crianças tenham contato precoce com mensagens inadequadas.

Maicon Nogueira quer levar educação financeira às escolas e formar jovens preparadosVereador Maicon Nogueira é autor da proposta - (Foto: Reprodução)

Debate sobre o que é cultura - Durante a apresentação da proposta, Maicon Nogueira fez uma comparação entre os passeios infantis de décadas passadas e os atuais:

“No meu tempo se chamava Trenzinho da Alegria e tocava Xuxa. Hoje se chama Carreta Furacão e toca MC Pipokinha. Quero entender como isso é considerado cultura para crianças.”

O vereador argumentou que a intenção não é apenas pessoal, mas coletiva: “Não faço isso só porque sou pai. Faço para proteger as crianças cujos pais acham normal esse tipo de exposição. Nosso papel, como legisladores, é estabelecer limites.”

Uma emenda ao projeto deixa claro que a restrição vale apenas para eventos infantis. Em caso de apresentações ou atividades voltadas a adultos, os veículos poderão executar músicas sem essa limitação, desde que seja respeitado o público-alvo.

O vereador André Salineiro defendeu a medida como necessária para equilibrar liberdade cultural com responsabilidade social: “A emenda garante que o setor privado não seja penalizado indevidamente. O projeto é voltado para proteger a infância.”

Além de Salineiro, os vereadores Rafael Tavares e Wilson Lands também manifestaram apoio à proposta. “É um projeto que tem o apoio da sociedade, inclusive das periferias que conhecemos bem. Criança precisa de música infantil, não de letras que distorcem sua visão de mundo”, afirmou Lands.

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