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15 de outubro de 2025 - 16h27
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EDUCAÇÃO

Ministro defende salário digno a professores e MEC lança carteira com benefícios

Camilo Santana cobra valorização da categoria e novo plano de educação prevê 7,5% do PIB para o setor

15 outubro 2025 - 13h35
Ministro Camilo Santana cobra valorização dos professores e destaca novo plano de educação.
Ministro Camilo Santana cobra valorização dos professores e destaca novo plano de educação. - José Cruz/Agência Brasil

No Dia Nacional do Professor, celebrado nesta quarta-feira (15), o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a valorização da categoria passa, obrigatoriamente, por uma remuneração justa. “Professor tem que ser bem remunerado. No nosso país, o professor tem que ser valorizado”, disse durante cerimônia no Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

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Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outras autoridades federais e municipais, Santana ressaltou ações do governo voltadas à valorização dos docentes, como o programa Pé de Meia e a recém-lançada Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB), que oferecerá uma série de benefícios para professores das redes pública e privada.

O evento reuniu cerca de 3 mil profissionais da educação e marcou o início da emissão oficial da CNDB. Ao todo, 1,5 mil professores receberam o novo documento funcional, que dá acesso a descontos em eventos culturais, viagens, compras e serviços, por meio de parcerias com empresas como iFood e Decolar.

'Educação muda vidas', diz ministro - Durante o discurso, Camilo Santana defendeu que a educação é o único caminho para superar desigualdades históricas do país. “O Brasil é um país muito desigual e só a educação possibilita transformar a vida das pessoas”, declarou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também destacou a importância de uma remuneração justa para os profissionais da educação. Professora de formação, ela relembrou sua trajetória no magistério e defendeu que qualquer tempo extra na jornada de trabalho deve ser pago. “Qualquer 10 minutos a mais também tem que ser remunerado. E é isso mesmo que os professores merecem”, afirmou.

Anielle também reforçou a relevância da política de cotas, que possibilitou sua formação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi inicialmente vaiado ao abrir a cerimônia, reflexo do descontentamento da categoria com a falta de reajuste. Segundo o Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), os professores da rede municipal estão há 18 meses sem aumento salarial.

Paes, no entanto, conseguiu reverter o clima ao anunciar que a categoria terá reajuste ainda este ano. “Quero garantir aos professores do município que mais uma vez vão ter reajuste”, afirmou. As vaias foram rapidamente substituídas por aplausos.

Professores brasileiros ganham menos e trabalham mais - Dados do relatório Education at a Glance 2024, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelam o cenário desafiador enfrentado pelos educadores no Brasil. Os professores dos anos finais do ensino fundamental recebem, em média, R$ 128 mil por ano — valor 47% inferior à média salarial dos países membros da organização.

Além disso, os docentes brasileiros trabalham mais: lecionam cerca de 800 horas por ano, bem acima da média da OCDE, que é de 706 horas anuais.

O evento também foi marcado por discussões em torno do novo Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2025 a 2035. De acordo com o relatório apresentado à comissão especial da Câmara dos Deputados, o Brasil precisará investir 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para garantir uma educação de qualidade, com infraestrutura adequada e valorização dos profissionais.

O texto do plano passará por cinco sessões deliberativas antes de ser votado e deve estabelecer metas estratégicas para o desenvolvimento da educação no país ao longo da próxima década.

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