
A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi decretada nesta segunda-feira, 4, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça. As medidas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais, haviam sido determinadas após o ex-presidente ser implicado em diversas investigações, incluindo a tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro, que já havia mencionado publicamente sua preparação para uma possível prisão, minimizou a possibilidade de ser detido em diversas ocasiões, alegando que não estava "tranquilo" diante da possibilidade, mas também se dizia "preparado". Em janeiro, ele afirmou à Bloomberg que dormia "bem" e que estava pronto para ouvir a campainha da Polícia Federal a qualquer momento.
Minimização da prisão e mudanças de postura
Antes da decisão de Moraes, o ex-presidente chegou a afirmar em um evento do PL, em fevereiro, que "caguei para a prisão", se referindo ao constante discurso sobre sua detenção. Mais tarde, em entrevistas, Bolsonaro passou a mostrar mais preocupação com a possibilidade de perder a liberdade, declarando que "não estaria tranquilo" e que "ninguém quer perder a liberdade".
Em um episódio de 16 de maio, Bolsonaro afirmou que, se fosse preso, não sobreviveria, dizendo que, com 70 anos, poderia morrer na cadeia. "Vou morrer, não vai demorar", disse o ex-presidente, ao comentar sobre a possibilidade de uma longa sentença de prisão.
Tentativa de coação e reincidência
O ex-presidente também foi alvo de medidas cautelares por tentar coagir o andamento das investigações. A proibição de uso de redes sociais e a instalação de tornozeleira eletrônica foram parte de uma tentativa de evitar que ele influenciasse o processo ou utilizasse suas plataformas para se comunicar com os apoiadores.
No entanto, em 21 de julho, Bolsonaro foi flagrado em um encontro com aliados, sendo transmitido ao vivo, o que levou Moraes a declarar que o ex-presidente havia cometido uma "irregularidade isolada". Na última segunda-feira, 3, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) postou um vídeo com o ex-presidente participando de um ato em Copacabana, o que motivou a decisão final do ministro Alexandre de Moraes, decretando a prisão domiciliar do ex-presidente.
