
Condenado no núcleo 4 da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, o engenheiro Carlos César Moretzsohn Rocha não foi localizado pela Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado (27) e passou a ser considerado foragido. Ele é presidente do Instituto Voto Legal (IVL), entidade contratada pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, para elaborar um relatório que questionava a apuração dos votos das eleições de 2022.
Carlos Rocha era um dos alvos da operação deflagrada pela PF para cumprir dez mandados de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, contra condenados envolvidos na trama golpista. Como não foi encontrado no endereço informado às autoridades, o engenheiro entrou na lista de procurados.
Até a publicação desta reportagem, não houve retorno da defesa de Carlos Rocha aos pedidos de contato. O espaço permanece aberto para manifestações.
A ação da Polícia Federal ocorreu um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, também condenado no processo. Além da prisão domiciliar, os investigados foram submetidos a uma série de medidas cautelares, como proibição de uso de redes sociais, restrição de contato com outros investigados, entrega de passaportes, suspensão de documentos de porte de arma de fogo e limitação de visitas.
O Instituto Voto Legal ganhou projeção após ser contratado pelo PL para produzir um parecer técnico que colocava em dúvida o resultado das eleições presidenciais de 2022. O relatório foi posteriormente contestado por órgãos técnicos e acabou sendo incorporado às investigações que apuram a tentativa de deslegitimar o processo eleitoral.
Além de Carlos Rocha, a operação deste sábado teve como alvos:
Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército;
Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;
Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;
Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais;
Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;
Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel do Exército;
Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército.
As investigações seguem em andamento, e a Polícia Federal trabalha para localizar Carlos Rocha e dar cumprimento às decisões judiciais.

