Chapadão do Sul comemora 38 anos de emancipação política nesta quinta-feira (23). E, entre os presentes que o município prepara para o futuro, um deles promete fazer história: a primeira “creche para idosos” de Mato Grosso do Sul.
O anúncio foi feito pelo prefeito Walter Schlatter durante entrevista exclusiva ao Jornal A Crítica, gravada no estúdio de vidro montado em frente ao 3º Congresso dos Municípios de Mato Grosso do Sul, encerrado ontem (22), no Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande. “A família leva o pai ou a mãe que não pode ficar sozinha em casa, deixa de manhã e busca à tarde. Lá, o idoso vai ter todos os cuidados”, explicou.
Segundo ele, o Centro-Dia do Idoso vai funcionar com atendimento diário e retorno para casa no fim do dia. O espaço deve contar com atenção médica, atividades físicas, alimentação e recreação. A proposta está em fase de planejamento, mas o prefeito garante que será “um modelo inédito no Estado”. “É uma forma de retribuir a quem construiu tudo o que temos hoje.”
Schlatter apresenta projetos de qualidade de vida e anuncia criação de centro-dia para idosos em Chapadão do Sul. Foto: A Critica
Com pouco mais de 30 mil habitantes, Chapadão do Sul lidera a produtividade de algodão no Estado e é um dos municípios que mais crescem no interior. O Censo 2022 apontou alta de 11,6% na população, o maior avanço percentual de Mato Grosso do Sul.
A “creche do idoso” é apenas um dos projetos que integram a visão do prefeito para uma cidade com mais qualidade de vida. Entre as iniciativas, está o futuro parque municipal, a ser construído em uma área de 100 hectares entre o centro urbano e a Universidade Federal. “Chapadão sempre foi cidade de trabalhar. Agora queremos que seja também um lugar para viver bem.”
O parque deve abrigar três lagos, arenas esportivas, ciclovias, centro aquático e trilhas de caminhada. O projeto paisagístico está sendo desenhado pelo neto do arquiteto responsável pelo Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.
A entrevista também abordou outros desafios, como o trânsito urbano, apontado por Schlatter como um dos principais gargalos. “Tem mais carro do que gente”, brincou. Para melhorar a fluidez, a prefeitura planeja revitalizar as avenidas centrais com apoio do governo estadual.
Entrevista exclusiva com Walter Schlatter foi conduzida no estúdio do Jornal A Crítica, em frente ao evento da Assomasul. Foto: A Critica
Na área econômica, Chapadão do Sul negocia a instalação de uma indústria de etanol de milho e prepara a criação de um novo distrito industrial. São 42 hectares destinados a pequenas e médias empresas, com infraestrutura garantida pelo município. “Hoje a gente exporta milho cru. Queremos transformar aqui mesmo, agregar valor e gerar mais arrecadação.”
Schlatter, que tem 45 anos de trajetória na cidade e já foi presidente do Sindicato Rural, diz que entrou para a política “para servir, não para usufruir”. “Não uso carro oficial, não recebo diária. Se o evento é só pra ir, eu não vou. Mas se for pra aprender, aí eu venho.”
Com o mandato em curso, o prefeito afirma que pretende concluir os projetos até 2028. Mas se não conseguir entregar tudo? “Posso tentar mais quatro anos”, disse sorrindo.
