
Os partidos PP e União Brasil anunciaram nesta quarta-feira (6) que vão aderir ao movimento de obstrução legislativa iniciado pela oposição no Congresso Nacional, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A orientação é que seus parlamentares não registrem presença nas sessões da Câmara e do Senado.

“Diante do legítimo movimento de obstrução feito pela oposição, a Federação União Progressista orientou a bancada a não registrar presença em plenário no dia de hoje nas duas Casas”, diz a nota assinada pelos presidentes Antônio de Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP).
Segundo os líderes, o objetivo é pressionar por diálogo e restaurar a normalidade nos trabalhos do Congresso. “O Brasil precisa virar essa página e voltar a focar em pautas que resolvam os problemas econômicos, sociais e de segurança do nosso País”, afirmam.
Articulação em andamento
A movimentação se intensificou na terça-feira (5), quando parlamentares da oposição ocuparam a Mesa Diretora do Congresso para impedir votações. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conversou com líderes partidários para consolidar o apoio à obstrução. Os primeiros contatos foram com Rueda e Nogueira.
“A ideia é saber se somos 130 deputados e 20 senadores”, explicou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ). “Vamos organizar as coisas para saber o tamanho que a gente vai formar.”
Há conversas em curso também com os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do PSD, Gilberto Kassab, o que pode ampliar ainda mais o bloco de apoio à paralisação.
Atualmente, União Brasil e PP somam juntos 110 deputados federais e 14 senadores, o que dá peso significativo à obstrução.
Clima de tensão
Na terça-feira, o presidente do PP, Ciro Nogueira, visitou Bolsonaro em sua residência em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo Nogueira, o ex-presidente demonstrou tristeza, mas segue confiante no País.
Também no mesmo dia, o deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, criticou a decisão do Supremo:
“A prisão de Bolsonaro é exagerada e acirra os ânimos em um país já polarizado.”
