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28 de dezembro de 2025 - 16h18
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POLÍTICA

PP avalia romper com Tarcísio e lançar candidatura própria ao governo de São Paulo em 2026

Sigla cita insatisfação de prefeitos, dificuldades de diálogo e estratégia nacional ligada ao bolsonarismo

28 dezembro 2025 - 14h30
Progressistas avalia candidatura própria ao governo paulista e reavalia apoio à reeleição de Tarcísio.
Progressistas avalia candidatura própria ao governo paulista e reavalia apoio à reeleição de Tarcísio. - (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

O Progressistas (PP) avalia deixar a base do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e lançar candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2026. A possibilidade foi confirmada em nota divulgada pelo partido, que aponta um ambiente de insatisfação crescente entre prefeitos da legenda e uma percepção de distanciamento em relação ao atual governo estadual.

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Segundo o comunicado, lideranças municipais do PP relatam dificuldades de interlocução com o Palácio dos Bandeirantes e reclamam da falta de atenção a parlamentares e dirigentes partidários. O partido afirma que o descontentamento envolve tanto a direção estadual quanto a nacional da sigla e já impacta a relação política com o Executivo paulista.

Entre os nomes avaliados internamente para uma eventual candidatura própria está o do empresário Filipe Sabará. Ex-secretário estadual na gestão de João Dória, Sabará mantém proximidade com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que trabalha para viabilizar uma pré-candidatura à Presidência da República em 2026. Em São Paulo, o empresário tem auxiliado Flávio Bolsonaro na aproximação com setores do empresariado paulista.

Sabará disputou a Prefeitura de São Paulo em 2024, mas teve a candidatura indeferida após a renúncia da então candidata a vice-prefeita da chapa, Marina Helena (Novo), que decidiu concorrer de forma independente. Apesar disso, seu nome segue em circulação dentro do partido como alternativa para o governo estadual.

Outro nome citado pelo Progressistas é o do deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro. Salles aparece como pré-candidato ao Senado, mas também é visto como peça relevante nas articulações eleitorais do campo conservador em São Paulo.

Insatisfação confirmada nos bastidores
A avaliação negativa de parte do PP em relação a Tarcísio de Freitas não se limita à nota oficial. Interlocutores do próprio governador já admitiram ao Broadcast Político que o descontentamento entre prefeitos do partido é amplo. Nos bastidores, o diagnóstico é de que a relação com a legenda se enfraqueceu ao longo do mandato.

Não são raras as ocasiões em que Tarcísio promove encontros no Palácio dos Bandeirantes com prefeitos de diferentes partidos, em agendas que buscam estreitar laços individuais. Esses movimentos são interpretados por aliados como tentativas de reduzir o desgaste político com lideranças municipais, inclusive do PP.

Atualmente, o Progressistas conta com 54 prefeitos no estado de São Paulo. De acordo com a legenda, há queixas frequentes sobre problemas de comunicação, dificuldade de acesso a secretários estaduais e sensação de afastamento entre o governo paulista e o partido.

Estratégia nacional pesa na decisão
Além das questões locais, o cenário nacional também influencia a reavaliação do apoio a Tarcísio. A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência levou o Progressistas a revisar sua estratégia eleitoral em São Paulo, considerado um dos principais colégios eleitorais do País.

Internamente, dirigentes avaliam que ter um governador alinhado ao projeto presidencial da sigla facilitaria a montagem das chapas proporcionais para a Câmara dos Deputados e para a Assembleia Legislativa. A leitura é de que o atual governador não demonstra envolvimento suficiente com o projeto majoritário do partido.

Esse ponto se torna ainda mais sensível diante da pré-candidatura do ex-secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite ao Senado. O Progressistas afirma que o apoio público e efetivo de Tarcísio a esse projeto tem sido abaixo do esperado.

Derrite deixou a Secretaria de Segurança Pública em novembro para retornar à Câmara dos Deputados. Desde então, passou a relatar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e a se dedicar à construção de sua candidatura ao Senado. Ele iniciou a trajetória política filiado ao PP entre 2018 e 2022, migrou para o PL e retornou ao Progressistas neste ano, em meio às articulações para 2026.

O partido destaca que Derrite mantém forte respaldo da família Bolsonaro, fator considerado estratégico para a disputa eleitoral no estado. Esse alinhamento com o bolsonarismo pesa na avaliação de que uma candidatura própria ao governo paulista poderia fortalecer o projeto nacional da legenda.

Com as movimentações ainda em fase inicial, o Progressistas não formalizou a ruptura com Tarcísio de Freitas. Nos bastidores, no entanto, o debate já está colocado, e a decisão final deve depender da evolução das negociações políticas ao longo de 2025.

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