
O Partido Progressistas (PP) anunciou nesta quarta-feira (8) o afastamento do ministro do Esporte, André Fufuca, de todas as funções partidárias. A medida foi tomada após o político ignorar a orientação da executiva nacional e decidir permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além do afastamento das decisões internas, Fufuca também perde o posto de vice-presidente nacional da sigla e o comando do diretório estadual do PP no Maranhão, onde exerce forte influência política.
Em nota assinada pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira, o PP reforçou sua posição de oposição ao governo federal e afirmou que não compartilha da agenda ideológica do presidente Lula. “O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica programática”, diz o comunicado.
Pressão interna e rompimento
A decisão do partido ocorre semanas após o anúncio do rompimento formal entre PP e União Brasil com o governo Lula. Ambas as siglas afirmaram, no início de setembro, que deixariam os cargos que ocupavam na gestão federal. O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, chegou a estipular um prazo de um mês para que os aliados deixassem seus postos no Executivo.
Apesar da pressão pública, André Fufuca optou por permanecer à frente do Ministério do Esporte, cargo que assumiu em setembro de 2023. Em entrevista recente, Ciro Nogueira foi claro ao afirmar que Fufuca teria de escolher entre o governo ou o partido. Com a escolha feita pelo ministro, o afastamento se tornou inevitável.
O gesto mais contundente de Fufuca ocorreu na última segunda-feira (6), durante a visita de Lula à cidade de Imperatriz, no Maranhão. Em discurso ao lado do presidente, Fufuca disse que cometeu um erro ao apoiar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 e declarou apoio antecipado à campanha de reeleição de Lula em 2026.
"Em 2022, eu cometi um erro. Agora, em 2026, pode ser que o meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para brigar e ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil", afirmou.
A declaração foi recebida como um rompimento definitivo com o PP, partido pelo qual Fufuca construiu sua carreira política e chegou ao Congresso Nacional.
Futuro incerto no cenário político
Com o afastamento formal, a permanência de Fufuca no partido se torna insustentável. Nos bastidores, aliados avaliam que ele deverá buscar abrigo em outra legenda mais alinhada ao governo, como o PSB ou até o próprio PT, que já indicaram abertura para receber parlamentares da base governista.
Apesar da saída do Progressistas, Fufuca deve continuar à frente do Ministério do Esporte, uma vez que conta com o apoio direto do presidente Lula, que o considera peça importante para ampliar o apoio político no Nordeste.
