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ESTRATÉGIA DIGITAL

PL organiza força-tarefa digital para manter Bolsonaro em evidência após proibição do STF

Com restrições judiciais e risco de prisão, aliados vão intensificar publicações e centralizar discurso em defesa do ex-presidente

22 julho 2025 - 07h35Redação
O ex-presidente Jair Bolsonaro mostra a tornozeleira três dias após medida cautelar, na saída do Congresso Nacional
O ex-presidente Jair Bolsonaro mostra a tornozeleira três dias após medida cautelar, na saída do Congresso Nacional - (Foto: Wilton Junior/Estadão)
Terça da Carne

Com Jair Bolsonaro proibido de usar redes sociais por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o PL montou uma força-tarefa digital para manter o ex-presidente em destaque na internet. A estratégia foi discutida em reunião da bancada na Câmara, nesta segunda-feira (21), com foco em fortalecer a militância e unificar o discurso nas redes.

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A medida vem após o ministro Alexandre de Moraes esclarecer que, além de estar impedido de usar suas próprias contas, Bolsonaro também não pode participar de transmissões, nem mesmo em canais de terceiros. O descumprimento da medida pode resultar em prisão imediata.

Diante disso, Bolsonaro cancelou duas entrevistas que daria na tarde de segunda-feira e foi orientado por seus advogados a evitar qualquer exposição pública, inclusive com jornalistas.

Deputados federais do PL se comprometeram a ampliar postagens em defesa do ex-presidente. A ideia é abastecer parlamentares menos ativos nas redes sociais com conteúdos prontos, criando uma frente unificada em torno de Bolsonaro.

A coletiva no Salão Verde da Câmara refletiu o tom da reunião. O líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou. “Bolsonaro gostaria de falar à imprensa nacional, mas, por mais uma ordem de censura do ministro Alexandre de Moraes, os advogados recomendaram silêncio”.

Crise interna com Eduardo e Tarcísio mobiliza aliados - Além da mobilização digital, o partido também atua nos bastidores para resolver um conflito entre Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, relacionado à crise diplomática com os EUA após a ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Donald Trump.

Eduardo, atualmente nos Estados Unidos, defende uma anistia ampla aos envolvidos no 8 de Janeiro como condição para negociar com Washington. Tarcísio, por sua vez, buscou um caminho diplomático paralelo, o que desagradou o deputado e gerou tensões.

A divergência fez o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, junto dos senadores Rogério Marinho e Ciro Nogueira, atuarem para apaziguar os ânimos. Eles acionaram Jair e Flávio Bolsonaro para intermediar o entendimento.

Bolsonaro muda de discurso após pressão dos aliados - Na entrevista ao Poder360, Bolsonaro amenizou o tom. “Está tudo pacificado. Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo. Não podemos dividir”.

Mas a fala sobre Eduardo não ser “maduro o suficiente para a política” incomodou o filho, que ligou para o pai na frente de testemunhas para demonstrar insatisfação. Poucas horas depois, Bolsonaro mudou de postura novamente, desta vez em entrevista à CNN Brasil.

“Eduardo tem 40 anos e responsabilidade. Ele sabe que, se voltar, será preso. É o deputado mais votado da história. Resolver essa crise não é aqui, é nos EUA. E ele está à disposição de qualquer governador para tratar disso”, afirmou, em trecho publicado nas redes por sua equipe.

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