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FILHO DE BOLSONARO INVESTIGADO

Carlos Bolsonaro integrou 'núcleo político' de interferência na Abin, diz PF

Polícia Federal apreendeu celular do vereador nesta segunda (29), em nova fase da investigação sobre aparelhamento e espionagem ilegal na agência; filho do ex-presidente ainda não se manifestou

29 janeiro 2024 - 17h15Lavínia Kaucz
Celular de Carlos Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal nesta segunda, 29, na investigação
Celular de Carlos Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal nesta segunda, 29, na investigação - (Foto: Dida Sampaio/Estadão)

A Polícia Federal (PF) detectou a presença de um "núcleo político" dentro da organização criminosa responsável pela prática de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a investigação, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, estaria vinculado a esse núcleo.

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Na manhã de hoje, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao filho do ex-presidente. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro retirou o sigilo da decisão há pouco.

De acordo com o despacho de Moraes, o que colocou Carlos Bolsonaro no centro da investigação foram mensagens identificadas pela PF com um pedido de ajuda realizado pela assessora do vereador a uma assessora do delegado Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin. Os assessores envolvidos também foram alvos da operação da PF.

"Os elementos de prova colhidos até o momento indicam, de maneira significativa, que a organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras", diz Moraes no despacho.

O objetivo da espionagem ilegal seria obter ganhos políticos ao "criar narrativas" para envolver autoridades da oposição, jornalistas e políticos, além de fiscalizar o andamento de investigações de aliados, de acordo com a PF.

Ramagem, que hoje é deputado federal (PL-RJ), já foi alvo de busca e apreensão pela PF na última quinta-feira, 25. Ele foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 por Bolsonaro e deixou o cargo em março de 2022.

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