
A pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (21), sobre as eleições presidenciais de 2026, foi tema de debate na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Parlamentares se dividiram entre elogios à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e críticas ao Judiciário e ao vazamento de informações de inquéritos.

O deputado Pedro Kemp (PT) comemorou os números que apontam chances de reeleição de Lula. Ele destacou avanços em áreas sociais e econômicas, como a queda no desemprego, redução no preço dos alimentos e a saída do Brasil do mapa da fome. “Hoje temos um governo que colocou o país no rumo certo. Programas sociais voltaram a proteger famílias vulneráveis”, afirmou.
Caravina e Coronel David concordaram que informações de inquéritos não devem ser divulgadas na imprensa até o término das investigações - Foto: Luciana Nassar / ALEMS
Kemp também comparou Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticando sua condução da pandemia. “Foram 700 mil mortos e ainda tentam relativizar. Agora surgem áudios que mostram a intenção de golpe de Estado. A tentativa de anistia e o tarifaço são irresponsabilidades contra o povo brasileiro”, disse.
Do outro lado, parlamentares da oposição questionaram a forma como investigações envolvendo Bolsonaro têm chegado ao público. O deputado Coronel David (PL) disse que o inquérito deveria ser sigiloso e acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de vazar informações. “O que apareceu foram apenas desavenças familiares. Não tinha nada sobre golpe. Quanto ao asilo, a ONU garante esse direito a quem se sente perseguido. Já a pesquisa, tenho dúvidas se não foi feita na porta dos presídios”, ironizou.
Na mesma linha, Caravina (PSDB) criticou o acúmulo de funções do STF em investigações. “Quando o ministro é vítima, conduz e julga o processo, há desequilíbrio. Precisamos repensar a forma de escolha ou o tempo de mandato dos ministros”, disse.
O deputado Neno Razuk (PL) acrescentou que os impactos do Judiciário não afetam apenas políticos. “O cidadão comum sofre diariamente. Muitos são presos e depois absolvidos, com a vida destruída. É necessário limitar abusos e reformar o sistema”, afirmou.
Kemp rebateu lembrando que, em gestões anteriores, áudios de conversas privadas de Lula e Dilma Rousseff foram divulgados sem restrições e defendeu que, se Bolsonaro for inocente, deve enfrentar a Justiça. “Não precisa fugir para a Argentina”, concluiu.
