
Mais da metade dos brasileiros avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fez todo o possível para impedir o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em vigor desde 6 de agosto.

Segundo pesquisa Ipsos-Ipec realizada entre 1º e 5 de agosto, 38% discordam totalmente da ideia de que Lula esgotou esforços para evitar as tarifas, enquanto 13% discordam em parte — somando 51% de avaliação negativa nesse ponto. Já 41% acreditam que o presidente fez o possível, sendo 26% em total concordância e 15% parcial. Outros 8% não opinaram.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 132 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Desde o anúncio do tarifaço, em 9 de julho, diferentes frentes tentaram negociar com Washington para reduzir o impacto das taxas. Uma comitiva de senadores foi aos Estados Unidos, mas enfrentou resistência, inclusive por declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que admitiu atuar para impedir interlocução brasileira no país.
A disputa comercial se soma a outros atritos recentes, como a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e protestos de parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
No último dia 1º, Trump disse “amar o povo brasileiro” e afirmou que Lula poderia procurá-lo quando quisesse. Horas depois, o presidente respondeu que sempre esteve aberto ao diálogo, mas que não pretende se “humilhar” e só fará contato quando entender que há real intenção de negociação.
Rejeição à reeleição
A pesquisa também revelou que 62% dos entrevistados são contrários a uma nova candidatura de Lula em 2026, enquanto 36% defendem que ele dispute o quarto mandato. Três por cento não souberam ou não responderam.
Apesar da resistência, Lula registrou leve melhora nas últimas pesquisas de intenção de voto e tem intensificado agendas com foco em programas sociais, presença junto à população e discurso de soberania nacional como resposta ao tarifaço.
