
A percepção de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será reeleito em 2026 avançou entre deputados federais, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira (12). O levantamento, feito com 167 parlamentares da Câmara entre os dias 29 de outubro e 11 de dezembro, mostra que 43% dos deputados já veem Lula como favorito à reeleição — um salto em relação aos 35% registrados em junho.
Ao mesmo tempo, a fatia de parlamentares que acredita que Lula não será reeleito recuou de 50% para 42%, indicando uma divisão mais equilibrada dentro da Câmara dos Deputados. Os dados sugerem um leve fortalecimento da imagem do presidente, mesmo em meio a críticas e à instabilidade política que tem marcado sua relação com o Legislativo.
Apesar do crescimento na percepção favorável à reeleição, a relação entre o governo federal e o Congresso continua delicada. Para 50% dos deputados federais, o relacionamento com o Palácio do Planalto é ruim. Outros 31% classificam como regular e apenas 19% avaliam como positivo. Os números não mudaram significativamente desde o último levantamento.
Ainda assim, houve melhora na avaliação geral do governo: o índice de deputados que consideram a gestão Lula positiva subiu de 27% para 38%.
Entre os ministros do governo, o vice-presidente e titular da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, lidera com folga a aprovação entre os parlamentares: 59% avaliam seu desempenho de forma positiva. Em seguida, aparecem Alexandre Padilha (Saúde), com 52%; Simone Tebet (Planejamento), com 45%; e Sidônio Palmeira (Comunicação), com 42%.
Na outra ponta, Rui Costa (Casa Civil) é o ministro mais mal avaliado da Esplanada, com 43% de percepção negativa. Fernando Haddad (Fazenda) também aparece com desempenho abaixo da média, sendo considerado negativo por 42% dos deputados, ante 39% que o aprovam.
Mesmo sem a presença confirmada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito de 2026, boa parte da oposição acredita que há espaço para vitória contra Lula. Segundo a pesquisa, 55% dos parlamentares independentes e 57% dos deputados de centro acreditam que a direita pode vencer sem depender diretamente do ex-presidente.
Ainda assim, 58% dos deputados reconhecem que o apoio de Bolsonaro continua sendo relevante para a oposição.
A relação entre os parlamentares e o Supremo Tribunal Federal (STF) também segue tensa. Para 49% dos deputados federais, a Corte tem avaliação negativa. Já 36% têm uma visão positiva, e o restante preferiu não opinar.
A insatisfação reflete o ambiente de atrito institucional, especialmente após decisões recentes envolvendo pautas sensíveis como anistia, segurança pública e cassações.
Outro dado relevante do levantamento é a queda na popularidade do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A avaliação positiva caiu de 68% para 55%. Entre os deputados da base do governo, o índice despencou de 77% para 44%, após o parlamentar priorizar a oposição em pautas como a PEC da Segurança e o projeto da anistia.
A percepção negativa sobre Motta saltou de 6% para 12%, enquanto a avaliação regular foi de 25% para 30%.
A pesquisa também avaliou a atuação do presidente Lula diante das novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump a produtos brasileiros. Para 49% dos deputados, o governo tem respondido bem à situação, o que pode ter contribuído para a melhora na percepção de sua liderança no cenário político.

