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POLÍTICA

Câmara pauta PEC da Blindagem que limita denúncias criminais contra parlamentares

Proposta prevê autorização prévia da Casa Legislativa para abertura de ação penal e foro no STF para presidentes de partidos

16 setembro 2025 - 17h05
PEC da Blindagem prevê autorização da Câmara ou do Senado para abertura de ação penal contra parlamentares
PEC da Blindagem prevê autorização da Câmara ou do Senado para abertura de ação penal contra parlamentares - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados pautou para esta terça-feira (16) a votação da PEC da Blindagem (PEC 3/2021), que restringe denúncias criminais contra deputados e senadores. A proposta, articulada com apoio da oposição, prevê que qualquer abertura de ação penal dependerá de autorização prévia, em votação secreta, pela maioria absoluta da respectiva Casa Legislativa.

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Além disso, a PEC estende o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) a presidentes de partidos com representação no Congresso.

“Isso não é uma licença para abusos, é um escudo protetivo da defesa do parlamentar, da soberania do voto e do respeito ao Congresso”, disse o relator da proposta, deputado Cláudio Cajado (PP-BA).

Como funcionaria

Autorização prévia: parlamentares só poderiam ser processados criminalmente com aval da Câmara ou do Senado.

Prazo de 90 dias: cada Casa teria até três meses para decidir sobre o pedido do STF.

Prisão: só seria possível em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, a prisão deveria ser analisada em 24 horas, podendo ser suspensa por maioria simples.

Votação secreta: a deliberação sobre denúncias e prisões será sigilosa.

Cajado também justificou a inclusão dos presidentes de partidos no rol de beneficiados:

“Eles complementam a atividade política. Então, o foro deve ser igual ao dos deputados.”

Apoio da oposição

A PEC ganhou força após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e o motim da oposição que paralisou os trabalhos legislativos por uma semana. Aliados do ex-presidente criticam as ações do STF contra deputados e senadores investigados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a intenção é resgatar o texto original da Constituição de 1988:

“Investigar pode. Para processar, será necessário autorização das Casas em até 90 dias.”

Histórico

Até 2001, a Constituição exigia que parlamentares só pudessem ser processados com autorização prévia do plenário. A regra foi alterada pela Emenda Constitucional 35/2001, permitindo que ações penais fossem abertas sem necessidade de aval das Casas.

Atualmente, Câmara e Senado podem apenas suspender processos em andamento, caso o crime esteja relacionado ao mandato.

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