
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), líder do governo na CPI mista do INSS, recorreu ao presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), para solicitar a retirada do senador Rogério Marinho (PL-RN) do colegiado. O pedido amplia a pressão sobre a condução dos trabalhos da comissão, que investiga irregularidades no sistema previdenciário.

Pimenta alega que a participação de Marinho fere a isenção e a imparcialidade da CPI, já que o senador foi secretário especial da Previdência no governo Jair Bolsonaro e, posteriormente, ministro do Desenvolvimento Regional. Hoje, Marinho é líder da oposição no Senado.
“O senador atuou diretamente na gestão de políticas públicas e atos administrativos que são objeto da CPI. O acesso dele a documentos sigilosos relacionados a fatos ocorridos durante sua própria gestão configura interesse direto na investigação”, argumentou Pimenta, comparando a situação a uma hipótese de suspeição judicial.
Pedido negado pela presidência da CPI
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), já havia negado pedido semelhante no dia 8 de setembro, quando o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi prestou depoimento.
Na ocasião, Viana afirmou que Marinho não é investigado e exerce suas prerrogativas parlamentares normalmente. Ele também rebateu as críticas lembrando que Paulo Pimenta integrou o governo Lula, assim como Marinho fez parte da gestão Bolsonaro.
Impasse sobre lista de visitas no Senado
O caso aumenta a tensão em torno da CPI, que já enfrenta divergências internas. Alcolumbre, responsável por decidir sobre o novo pedido, tem negado acesso à lista de parlamentares visitados pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", apontado como figura-chave nas investigações.
O argumento para a recusa é que a divulgação poderia ferir a intimidade e a imunidade parlamentar. No entanto, integrantes da CPI defendem que a lista é essencial para mapear as relações políticas de Antunes. A suspeita é de que nomes próximos a Alcolumbre possam ser expostos.
