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BRASÍLIA

Paulinho da Força será relator de projeto sobre anistia dos atos de 8 de janeiro

Indicação feita por Hugo Motta reforça negociações entre Câmara, STF e partidos do Centrão em meio ao impasse sobre punições

18 setembro 2025 - 09h45Levy Teles
Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário, disse Motta na publicação.
"Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário", disse Motta na publicação. - (Foto: Estadão)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou nesta quinta-feira (18) a escolha de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do projeto que trata da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O anúncio foi feito em publicação no X (antigo Twitter), logo após o parlamentar paulista chegar à residência oficial da Câmara, em Brasília.

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“Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário”, afirmou Motta. A escolha de Paulinho já vinha sendo considerada certa desde a quarta-feira (17). Nos bastidores, ele tem atuado como interlocutor próximo de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao lado de Motta, para discutir alternativas sobre o tema.

Impasse com o STF - O STF já sinalizou que não aceitará qualquer tentativa de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, nem outros envolvidos diretamente na tentativa de golpe contra a democracia. Caso o Congresso avance com um projeto de perdão nesses termos, a Corte deve barrar a proposta por considerá-la inconstitucional.

Diante da resistência, Motta articula a substituição do projeto original, que previa uma anistia ampla, por um texto que reduza as penas dos condenados. A alternativa, considerada menos radical, ainda gera dúvidas sobre se poderia ou não alcançar Bolsonaro, demanda central do PL.

No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já declarou que não permitirá a aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.

Apesar da oposição do governo, a Câmara aprovou na noite de quarta-feira (17) o requerimento de urgência para votação do projeto. A decisão foi tomada em sessão que se estendeu até 22h30, com 311 votos favoráveis, 162 contrários e 7 abstenções.

O resultado reforça o isolamento do Planalto no tema e amplia a pressão sobre a base governista em meio ao avanço das discussões sobre a proposta.

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