
Nesta quarta-feira, 23, partidos aliados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva divulgaram um manifesto em apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF). A carta condena as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, contra oito ministros da Corte. Trump, na última sexta-feira (18), revogou os vistos de oito dos onze ministros do STF, o que foi interpretado pelos partidos como uma ingerência política nas questões internas do Brasil.

A nota enfatiza que a medida tomada pelos Estados Unidos é uma reação à atuação do STF na defesa da Constituição e da democracia brasileira, especialmente em relação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Os signatários do manifesto incluem líderes de sete partidos políticos: Humberto Costa (presidente do PT), João Campos (presidente do PSB), Carlos Lupi (presidente do PDT), Paula Coradi (presidente do PSOL), Luciana Santos (ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação e presidente do PCdoB), José Luiz Penna (presidente do PV) e Comte Bittencourt (presidente do Cidadania).
A carta critica a intervenção dos Estados Unidos, que, além das sanções contra os ministros, também impôs tarifas comerciais sobre produtos brasileiros. O manifesto reafirma que as negociações comerciais devem ser tratadas de forma técnica e sem motivações políticas externas, como o governo brasileiro já propôs, em conjunto com o setor produtivo nacional.
O manifesto em defesa do STF expressa total solidariedade aos ministros atingidos pelas sanções, repudiando o que consideram uma ação agressiva e sem precedentes nas relações entre os dois países. "Este gesto torna-se ainda mais grave por sua motivação política, configurando uma ingerência espúria no processo democrático brasileiro e um ataque à soberania nacional", diz o texto.
Os partidos também criticam as tentativas de coação da Justiça no processo contra Bolsonaro, principalmente após os atentados de 8 de janeiro de 2023. Para os signatários da carta, as tentativas de obstrução do curso do processo judicial devem ser repudiadas, independentemente de sua origem.
Ação do STF contra Bolsonaro - Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Bolsonaro, devido à tentativa de obstrução do processo judicial relacionado à tentativa de golpe após as eleições de 2022. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro teria tentado dificultar o andamento do processo por meio de entraves econômicos nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos.
