Parlamentares de MS se juntam ao coro por impeachment de Moraes, mas ação esbarra no Senado

Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL). - (Foto: Arquivo)

Em um movimento que mistura simbolismo político e pressão sobre as instituições, três deputados federais de Mato Grosso do Sul – Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL) – se alinharam ao coro de vozes que pedem o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles fazem parte de um grupo de pelo menos 147 congressistas que apoiam a destituição do ministro, em uma ação que será formalmente protocolada no dia 9 de setembro de 2024.

Essa articulação, embora cheia de barulho, esbarra em uma realidade política bem menos empolgante: a decisão de abrir um processo de impeachment contra um ministro do STF é exclusividade do Senado, e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já deu sinais de que não pretende dar sequência ao pedido. Em outras palavras, a chance de o impeachment de Moraes avançar é, nas palavras de um observador, "zero".

O movimento é, em grande parte, capitaneado por parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e reflete a contínua tentativa da ala bolsonarista de manter viva a narrativa de confronto com o STF, que se tornou um dos principais alvos de críticas durante e após o governo Bolsonaro. O Republicanos, partido que também orbita o bolsonarismo, é a segunda sigla com mais adesões ao pedido.

O apoio desses três deputados de Mato Grosso do Sul se insere nesse contexto mais amplo de polarização política, onde as ações são, em muitos casos, mais simbólicas do que práticas. Ao assinar o pedido de impeachment, esses parlamentares não estão apenas expressando sua discordância com as decisões de Moraes, mas também reafirmando seu alinhamento com a base bolsonarista e seus eleitores.

No entanto, como o processo de impeachment depende integralmente do Senado, e com Rodrigo Pacheco não mostrando inclinação para avançar com o pedido, o gesto dos deputados acaba se configurando mais como uma forma de pressão política do que como uma ação com chances reais de sucesso. É uma maneira de marcar posição, de mostrar que estão lutando contra um adversário poderoso, mesmo que a batalha esteja destinada a ser travada mais nos discursos do que nas vias formais do impeachment.

Essa movimentação ocorre em meio a um cenário político já altamente tensionado, com a oposição planejando protocolar o pedido logo após as manifestações de 7 de setembro, que devem contar com a presença de Bolsonaro. A data, sempre carregada de simbolismo patriótico, se torna o palco perfeito para reforçar a narrativa de resistência ao STF e ao governo Lula.

Ainda assim, o peso prático dessas assinaturas na Câmara dos Deputados é limitado. Sem a ação do Senado, o impeachment de Moraes é, até o momento, mais um capítulo na longa novela da polarização política brasileira, onde as palavras e os gestos contam mais para os eleitores do que para a realidade institucional.

Saiba quem são os deputados que se manifestaram a favor do impeachment de Alexandre de Moraes:

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