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PACTO PANTANAL

Pacto Pantanal: governo de MS lança projeto contra incêndios e para proteger o bioma

Com novas brigadas de incêndio, bases operacionais e monetização de áreas preservadas, plano visa evitar tragédias como a de 2024

4 fevereiro 2025 - 18h20Ricardo Eugenio
Governo de MS anuncia novas brigadas e monetização de áreas para salvar o Pantanal
Governo de MS anuncia novas brigadas e monetização de áreas para salvar o Pantanal - (Foto: Divulgação)

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, apresentou nesta terça-feira (04 de fevereiro) o Pacto Pantanal, uma iniciativa focada na prevenção de incêndios florestais, proteção ambiental e desenvolvimento sustentável no bioma pantaneiro. O anúncio foi feito durante a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems). O projeto busca evitar catástrofes como a registrada em 2024, quando incêndios consumiram 1,6 milhão de hectares, equivalentes a 18% do Pantanal sul-mato-grossense.

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Um bioma sob risco crescente - Em 2024, os incêndios no Pantanal atingiram níveis recordes, superando os danos causados em 2020, até então o pior ano da história recente do bioma. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ), fatores como seca extrema, altas temperaturas e ventos fortes contribuíram para a propagação rápida das chamas. A destruição atingiu áreas de vegetação nativa, fauna silvestre e propriedades rurais, afetando comunidades locais e causando prejuízos econômicos significativos.

Diante da possibilidade de os incêndios se tornarem recorrentes, o governo estadual decidiu agir com um plano mais estruturado e preventivo. O Pacto Pantanal é apontado como uma resposta direta à gravidade da crise ambiental no bioma.

O que aconteceu na temporada da seca na Amazônia e Pantanal em 2020

Principais ações previstas no pacto - O projeto envolve uma série de ações que serão implementadas de forma gradual, algumas delas já a partir de março de 2025. Entre as principais medidas anunciadas estão:

  • Reforço das brigadas de combate a incêndios: O governo vai ampliar o número de brigadistas e estabelecer novas bases operacionais em áreas estratégicas do Pantanal, facilitando o acesso rápido às regiões atingidas.
  • Monitoramento e comunicação integrada: A criação de um sistema de vigilância contínua permitirá a detecção rápida de focos de incêndio, aumentando a eficiência das respostas.
  • Resgate de animais silvestres: Equipes especializadas serão destacadas para salvar espécies afetadas pelas queimadas e reintroduzi-las em áreas seguras.
  • Melhorias na infraestrutura local: Investimentos em saneamento básico, mobilidade e educação ambiental estão previstos para fortalecer as comunidades tradicionais e garantir o desenvolvimento sustentável da região.

Monetização de áreas preservadas - Um dos pilares do projeto é a monetização de áreas preservadas, por meio de mecanismos que recompensam proprietários de terras que mantêm a vegetação nativa intacta. Segundo Riedel, essa estratégia visa atrair investimentos privados e internacionais para a proteção do Pantanal.

A ideia é que os serviços ambientais prestados pelas áreas preservadas, como a regulação hídrica e a captura de carbono, sejam valorizados economicamente. Essa medida também pode ajudar na transição de práticas produtivas tradicionais para modelos sustentáveis.

Investimento e regulamentação - O projeto envolve recursos estaduais e externos, mas depende da aprovação da Lei do Pantanal, atualmente em tramitação na Alems. O governo espera que a regulamentação permita uma gestão integrada do bioma, envolvendo não apenas a questão ambiental, mas também aspectos sociais e econômicos.

Consequências dos incêndios em 2024 - Os danos causados pelos incêndios de 2024 não se limitaram ao meio ambiente. A destruição de pastagens e áreas de reserva legal afetou diretamente a produção agropecuária e colocou em risco a subsistência de comunidades tradicionais que vivem da pesca, coleta e agricultura familiar.

O Pantanal, que é considerado o bioma mais preservado do Brasil, agora enfrenta um cenário de maior vulnerabilidade. Segundo especialistas, a perda de cobertura vegetal compromete a biodiversidade local e pode agravar a ocorrência de futuros incêndios.

Medidas emergenciais - O governador destacou que algumas ações emergenciais serão colocadas em prática antes do início da próxima temporada de queimadas, geralmente entre julho e setembro. A expectativa é de que o Pacto Pantanal reduza o número e a intensidade dos incêndios, protegendo tanto o ecossistema quanto as comunidades locais.

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