
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou nesta quarta-feira (19) que não pretende concorrer ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026, contrariando o desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contava com seu nome para fortalecer a base aliada no estado. Pacheco reafirmou ainda sua intenção de deixar a vida pública ao término de seu mandato como senador, também em 2026.
“O presidente disse que tinha tomado uma decisão que seria anunciada em breve e desejava a minha candidatura ao governo do Estado”, relatou Pacheco a jornalistas. “A minha conversa também foi nesse sentido que já foi reportado, uma conversa de pessoas civilizadas que se respeitam muito e que se gostam”, acrescentou.
Fim do ciclo político - Rodrigo Pacheco tem manifestado de forma recorrente sua disposição de encerrar a trajetória política ao final de seu atual mandato. “Já havia esse encaminhamento para o qual eu estava me programando, o encerramento da vida pública. É sempre um ciclo. E nós temos uma data de entrada, eu sempre tive uma previsão de data de saída, e essa data está próxima”, declarou.
Apesar do anúncio, Pacheco disse que a decisão definitiva será tomada após diálogo com lideranças políticas de Minas Gerais, incluindo deputados, prefeitos e vereadores aliados. As conversas devem ocorrer até o fim do ano.
A movimentação também ocorre após Pacheco ter sido preterido na disputa por uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Lula deve indicar o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar o cargo deixado por Rosa Weber, o que deve ser oficializado em breve.
Questionado sobre sua eventual articulação pela aprovação de Messias no Senado, Pacheco adotou tom de cautela. “Vamos aguardar a indicação. A partir da indicação, a gente faz essa avaliação”, afirmou.
Senado dividido sobre nome de Messias - Nos bastidores, o nome de Pacheco era o preferido de parte significativa do Senado, o que inclui tanto aliados quanto opositores do governo. A escolha por Jorge Messias, vista como uma decisão pessoal de Lula, gerou insatisfação em setores do Congresso. O senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), reagiu com ironia: “Tem que esperar a indicação, fazer o quê? Se eu pudesse, eu faria a indicação”.
A sabatina e votação do indicado ao STF precisa ocorrer no Senado. Diante do cenário de resistência, há expectativa de que a deliberação sobre o nome de Messias fique para 2026, o que daria ao Planalto mais tempo para garantir os votos necessários.

