
Um ano após o episódio da chamada “cadeirada” nas eleições municipais de 2024 em São Paulo, a ação movida por Pablo Marçal (PRTB) contra José Luiz Datena (PSDB) ainda não avançou na Justiça. Protocolada em outubro do ano passado, a ação pede R$ 100 mil de indenização.

O processo segue parado na fase inicial devido à dificuldade de citar Datena. Desde o fim de 2024, tentativas de entrega da intimação, tanto por correio quanto por oficial de justiça, não tiveram sucesso. Em agosto deste ano, o juiz determinou a expedição de novo mandado no endereço correto. Até o momento, as defesas de ambos os envolvidos não se manifestaram.
O episódio ocorreu durante debate na TV Cultura, quando Datena reagiu às provocações de Marçal e o atingiu com uma cadeira. O ex-coach precisou deixar o estúdio de ambulância e participou de eventos de campanha com o braço imobilizado. O advogado de Marçal, Paulo Hamilton Siqueira Junior, classificou a ação como uma “verdadeira ameaça à ordem e à segurança de eventos dessa natureza”.
Em entrevista recente, Joel Datena, filho do apresentador, afirmou que a agressão foi consequência das provocações de Marçal. “Ele instigou demais. Algumas pessoas reagem e outras não. Ele pediu a cadeirada”, disse.
Paralelamente, em maio, a Justiça de São Paulo rejeitou pedido de indenização feito por Datena contra Marçal. O apresentador alegava difamação após o uso da gíria “jack” pelo ex-coach, termo do sistema prisional para condenados por crimes sexuais. O juiz Alexander Roisin, da 14ª Vara Cível, entendeu que não houve acusação direta de estupro. A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso.
Além disso, Pablo Marçal já foi condenado três vezes pela Justiça Eleitoral à inelegibilidade por oito anos, em processos ligados às eleições de 2024, envolvendo abuso de poder econômico, gastos ilícitos e uso indevido de meios de comunicação. Em abril, recebeu multa de R$ 420 mil e, em fevereiro, foi punido por oferecer apoio a candidatos em troca de doações, também com oito anos de inelegibilidade.
