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04 de novembro de 2025 - 21h34
tce novembro
POLÍTICA

Oposição pede impeachment de Cláudio Castro por mortes em operação policial

Pedido foi protocolado na Alerj após ação nas comunidades da Penha e do Alemão deixar 121 mortos

4 novembro 2025 - 18h45Raisa Toledo
CláudioCastro
CláudioCastro - (Foto: Rafael Campos/GOV.RJ)
Terça da Carne

Parlamentares de oposição protocolaram nesta segunda-feira (3) um pedido de impeachment contra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a megaoperação policial que resultou na morte de 121 pessoas nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, realizada na semana passada, já é considerada a mais letal da história do estado.

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O grupo de deputados afirma que o governador "autorizou, legitimou e celebrou" uma operação com índice de letalidade inédito, violando direitos constitucionais básicos e descumprindo decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação é baseada na chamada “ADPF das Favelas”, que determina limites e condições para a realização de ações policiais em comunidades do Rio de Janeiro.

No documento, os parlamentares alegam que Castro cometeu crime de responsabilidade ao desrespeitar os direitos fundamentais da população, afrontar o Judiciário e descumprir princípios da administração pública. Além do afastamento do cargo, o pedido inclui a solicitação de inelegibilidade do governador por oito anos, acesso aos relatórios da operação e a realização de perícias independentes sobre as mortes.

Base aliada impede avanço imediato - O pedido foi apresentado pela deputada Renata Souza (PSOL) e conta com o apoio de outros nove parlamentares de oposição, entre eles Dani Monteiro, Flávio Serafini, Professor Josemar e Yuri Moura (todos do PSOL); Marina do MST, Elika Takimoto e Verônica Lima (PT); Carlos Minc (PSD) e Dani Balbi (PCdoB).

Apesar da iniciativa, a chance de o impeachment avançar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) é considerada remota. Isso porque o governador conta com o apoio da maioria dos deputados. O PL, partido de Castro, possui 18 dos 70 assentos da Casa. O União Brasil, também aliado, tem outros dez parlamentares. Já os partidos de oposição somam apenas 13 cadeiras.

Justificativas do governo - Em resposta ao STF, Castro afirmou que o uso da força foi necessário diante da atuação “paramilitar” do Comando Vermelho nas regiões afetadas. Segundo o relatório entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF das Favelas, o governo argumenta que a operação foi conduzida dentro dos parâmetros legais.

O documento, elaborado pela Secretaria de Polícia Civil (Sepol), nega qualquer violação às normas impostas pelo Supremo. Ainda assim, o pedido de impeachment aponta que o governo do Estado foi omisso ao não garantir transparência no acompanhamento das mortes, além de ter exaltado publicamente os resultados da operação.

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