
A tensão na CPMI do INSS aumentou após parlamentares da oposição defenderem a convocação do ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz. O chefe da pasta faltou ao depoimento marcado para segunda-feira (1º), alegando viagem, mas sua agenda oficial estava vazia no dia. O caso ocorre em meio às suspeitas levantadas sobre a licitação do serviço da Central 135, vencida pela empresa Provider.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que a ausência do ministro desrespeita a comissão. Para ele, o episódio exige uma convocação formal, e não apenas um convite. “Ele está debochando de cada membro desta comissão quando marca o dia de vir aqui, não aparece, agenda vazia, e no mesmo dia sai essa notícia”, declarou.
Reportagem do Estadão revelou que João Luiz Dias Perez, dono da Provider, permaneceu nas dependências do Ministério da Previdência durante praticamente todo o pregão eletrônico que escolheu a empresa como vencedora. O contrato, de R$ 117,7 milhões, prevê operação da Central 135 em 13 Estados, a partir de Caruaru (PE), até janeiro de 2027.
Os registros de entrada do Bloco F, na Esplanada dos Ministérios, mostram que o empresário chegou às 10h14 e saiu às 17h32. A sessão de lances do pregão ocorreu das 10h às 17h20. Ou seja, Perez esteve no local por praticamente todo o período da disputa.
A agenda do então secretário-executivo do ministério, Wolney Queiroz, registra ainda uma reunião com o empresário entre 12h e 13h, enquanto o processo de licitação seguia em andamento. A ligação do ministro com Caruaru foi destacada pelo deputado Luiz Lima (Novo-RJ), que também criticou o episódio. “Caruaru é a cidade natal do ministro Wolney Queiroz, onde seu pai foi prefeito. A denúncia é seríssima”, afirmou.
Agora, a oposição pressiona para que Queiroz seja convocado de forma obrigatória a prestar esclarecimentos à CPMI.



