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POLÍTICA

Ministro é pressionado após empresário permanecer no INSS durante licitação

Parlamentares acusam Wolney Queiroz de descumprir convite e questionam presença de dono da empresa vencedora dentro da pasta durante o pregão de R$ 117,7 milhões

2 dezembro 2025 - 07h25Gustavo Côrtes
Licitação da Central 135 coloca ministro Wolney Queiroz no centro de cobranças na CPMI do INSS.
Licitação da Central 135 coloca ministro Wolney Queiroz no centro de cobranças na CPMI do INSS. - Valter Campanato/Agência Brasil
Terça da Carne

A tensão na CPMI do INSS aumentou após parlamentares da oposição defenderem a convocação do ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz. O chefe da pasta faltou ao depoimento marcado para segunda-feira (1º), alegando viagem, mas sua agenda oficial estava vazia no dia. O caso ocorre em meio às suspeitas levantadas sobre a licitação do serviço da Central 135, vencida pela empresa Provider.

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O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que a ausência do ministro desrespeita a comissão. Para ele, o episódio exige uma convocação formal, e não apenas um convite. “Ele está debochando de cada membro desta comissão quando marca o dia de vir aqui, não aparece, agenda vazia, e no mesmo dia sai essa notícia”, declarou.

Reportagem do Estadão revelou que João Luiz Dias Perez, dono da Provider, permaneceu nas dependências do Ministério da Previdência durante praticamente todo o pregão eletrônico que escolheu a empresa como vencedora. O contrato, de R$ 117,7 milhões, prevê operação da Central 135 em 13 Estados, a partir de Caruaru (PE), até janeiro de 2027.

Os registros de entrada do Bloco F, na Esplanada dos Ministérios, mostram que o empresário chegou às 10h14 e saiu às 17h32. A sessão de lances do pregão ocorreu das 10h às 17h20. Ou seja, Perez esteve no local por praticamente todo o período da disputa.

A agenda do então secretário-executivo do ministério, Wolney Queiroz, registra ainda uma reunião com o empresário entre 12h e 13h, enquanto o processo de licitação seguia em andamento. A ligação do ministro com Caruaru foi destacada pelo deputado Luiz Lima (Novo-RJ), que também criticou o episódio. “Caruaru é a cidade natal do ministro Wolney Queiroz, onde seu pai foi prefeito. A denúncia é seríssima”, afirmou.

Agora, a oposição pressiona para que Queiroz seja convocado de forma obrigatória a prestar esclarecimentos à CPMI.

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