Investigação do Ministério Público do Maranhão colocou no centro das atenções a gestão do prefeito de Turilândia, Paulo Curió (União Brasil). A Operação Tântalo II foi deflagrada nesta segunda-feira, 22, para apurar suspeitas de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro envolvendo a administração municipal. Segundo a Promotoria, o esquema teria provocado um prejuízo superior a R$ 56 milhões aos cofres públicos.
A ação contou com apoio das Polícias Civil e Militar do estado. Ao todo, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão, autorizados pelo Tribunal de Justiça do Maranhão. As ordens judiciais partiram da 3.ª Câmara Criminal, por decisão da desembargadora Maria da Graça Peres Soares Amorim, que também determinou o bloqueio de cerca de R$ 56 milhões em bens dos investigados.
Durante a operação, a vice-prefeita de Turilândia, Tânya Mendes (PRD), foi presa. Em um endereço ligado a ela, os promotores apreenderam aproximadamente R$ 100 mil em dinheiro vivo. Em outra ação, realizada em São Luís, quase R$ 5 milhões em espécie foram encontrados em um local alvo das buscas.
De acordo com o Ministério Público, o esquema investigado envolve o uso de empresas de fachada, supostamente criadas pelo prefeito e por aliados políticos, para desviar recursos públicos por meio de contratos fraudulentos de fornecimento de bens e serviços. O valor total sob suspeita é de R$ 56.328.937,59.
Turilândia tem cerca de 31 mil habitantes e fica a pouco mais de 150 quilômetros de São Luís. A ofensiva desta segunda-feira é um desdobramento da primeira fase da Operação Tântalo, deflagrada em fevereiro deste ano, que já havia apontado indícios de irregularidades na gestão municipal.
O nome da operação faz referência a Tântalo, personagem da mitologia grega condenado a uma punição eterna, cercado por água e frutos que nunca conseguia alcançar. Segundo o Ministério Público do Maranhão, a metáfora representa o esquema investigado, no qual recursos públicos destinados a contratos não se converteram em benefícios efetivos para a população.
A reportagem solicitou posicionamento do prefeito Paulo Curió, da Prefeitura de Turilândia e da Câmara Municipal, mas não houve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestações.
