TCE
POLÍTICA

Protesto de senadores bolsonaristas muda local de evento sobre clima no Senado

Ocupação da Mesa Diretora pela oposição impede uso do plenário e força transferência de cúpula sobre mudança climática

6 agosto 2025 - 11h20Redação
Jaques Wagner fez a abertura da Cúpula Parlamentar
Jaques Wagner fez a abertura da Cúpula Parlamentar - (Foto: Reprodução)

A mobilização de senadores da oposição, que ocuparam a Mesa Diretora do Senado Federal em protesto à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), causou impacto direto na agenda institucional da Casa. O protesto, iniciado nesta semana, forçou a mudança de local da 2ª Cúpula Parlamentar sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e do Caribe, evento preparatório para a Conferência do Clima da ONU.

Canal WhatsApp

Impedidos de utilizar o plenário principal, os organizadores transferiram a cúpula para um auditório do Senado. A alteração, embora emergencial, foi realizada com rapidez e permitiu a continuidade do encontro internacional, que contou com a presença de representantes de países como Dinamarca e Haiti.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), era esperado para a abertura do evento, mas não compareceu. A missão coube ao líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), que reconheceu o esforço da equipe em adaptar o espaço diante da situação atípica.

“Quero, por uma questão de justiça, parabenizar toda a equipe do Senado brasileiro, porque nós tivemos que fazer uma mudança do local de evento e, muito rapidamente, eles adequaram todo esse espaço”, disse Wagner.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos líderes do movimento de ocupação, criticou a tentativa de realizar o evento em outro espaço da Casa. Segundo ele, havia a intenção de transferir a sessão para outro auditório discretamente.

“Nos foi informado isso e, ao chegarmos aqui, vimos câmera, luzes e assessores”, afirmou Flávio, que, com outros parlamentares, também ocupou o novo auditório na terça-feira (5).

Diante do impasse, Davi Alcolumbre divulgou uma nota oficial classificando a ocupação como um “exercício arbitrário” e em desacordo com os princípios democráticos que regem o funcionamento do Congresso.

“O Parlamento tem obrigações com o País na apreciação de matérias essenciais ao povo brasileiro. A ocupação das Mesas Diretoras das Casas, que inviabilize o seu funcionamento, constitui exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos”, destacou o presidente do Senado.

Tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, há expectativa de que líderes partidários se reúnam ainda nesta quarta-feira (6) para discutir os desdobramentos da ocupação das Mesas Diretoras. A obstrução legislativa promovida por parlamentares bolsonaristas tem como objetivo pressionar pela votação de um conjunto de propostas em defesa de Jair Bolsonaro.

Batizado como "pacote da paz", o grupo exige que o Congresso analise medidas como:

  • Anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro;
  • Impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF;
  • Proposta de Emenda à Constituição que põe fim ao foro privilegiado.

Questionado sobre as críticas de Alcolumbre, Flávio Bolsonaro minimizou e afirmou que a ocupação tem alcançado seu objetivo.

“Que bom que agora ele quer dialogar. Surtiu efeito, parece”, declarou o senador, em referência ao presidente do Senado.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas