
O ex-presidente Barack Obama declarou que os Estados Unidos enfrentam uma “crise política como nunca vimos antes”, em meio ao clima de tensão provocado pelo assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk.

Durante um evento em Erie, na Pensilvânia, na terça-feira (16), Obama criticou as ameaças feitas pelo atual presidente, Donald Trump, e por seus aliados a opositores políticos após a morte de Kirk, afirmando que esse comportamento aprofunda as divisões no país.
“Quando ouço não apenas nosso atual presidente, mas seus assessores, que têm um histórico de chamar oponentes políticos de ‘vermes’, inimigos que precisam ser ‘alvos’, isso revela um problema maior com o qual teremos que lidar – todos nós”, disse o democrata.
Obama ressaltou que, embora discordasse de Kirk em diversos pontos, sua morte é “horrível e uma tragédia”. Para ele, a base da democracia é a capacidade de discordar sem recorrer à violência. “Quando isso acontece, mesmo com aqueles que estão ‘do outro lado da discussão’, é uma ameaça para todos nós”, alertou.
O ex-presidente destacou que a função de um líder nacional, especialmente em momentos de alta tensão, é unir a população. “O que estou descrevendo não é um valor democrata ou republicano, é um valor americano. Em momentos como este, parte do trabalho do presidente é unir as pessoas”, acrescentou.
Obama também citou o assassinato da deputada estadual de Minnesota Melissa Hortman e de seu marido, mortos a tiros em junho, classificando a violência política como “incompatível com o que significa ser um país democrático”.
Em resposta, a Casa Branca acusou Obama de ser “o arquiteto da divisão política moderna”. A porta-voz Abigail Jackson declarou, em comunicado à agência AP, que “Obama usou todas as oportunidades para semear a divisão e colocar os americanos uns contra os outros, e após sua presidência, mais americanos sentiram que ele dividiu o país do que o uniu”.
Charlie Kirk foi assassinado em 10 de setembro, enquanto discursava na Universidade Utah Valley, ao ser atingido por um tiro no pescoço. O estudante Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso no dia seguinte acusado de ser o autor do disparo. Em mensagens enviadas à namorada, Robinson confessou o crime e disse estar “cansado do ódio” do influenciador.
