
Sob o teto da Casa da Indústria, na capital sul-mato-grossense, quatro candidatos à prefeitura de Campo Grande apresentaram, em tom solene e calculado, suas propostas para o futuro da indústria local. O evento, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), não foi apenas uma reunião formal de candidatos a prefeito e empresários. Ali, na manhã desta terça-feira (17), discutiu-se algo que vai muito além do simples embate eleitoral: o destino de uma cidade cuja economia pulsa no ritmo das fábricas, das pequenas indústrias e dos grandes empreendimentos que moldam Campo Grande.

O encontro faz parte da iniciativa chamada "Encontros com a Indústria", uma sabatina que colocou frente a frente os candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto e os principais representantes do setor industrial. Uma espécie de frente de batalha onde o discurso político se encontra com as necessidades urgentes do empresariado. A cena, claro, segue a fórmula clássica das eleições: candidatos entusiasmados, sorrisos calculados e promessas embaladas em discurso. Mas o diferencial deste palco foi a plateia: os industriais que ajudam a mover a economia da capital.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, não escondeu o propósito claro do evento: conectar a política com o chão de fábrica, mostrando aos candidatos que a indústria não é só uma peça no tabuleiro econômico, mas a engrenagem central para o desenvolvimento regional. “Como porta-voz da indústria do Estado, precisamos levar esse debate para os municípios da região”, declarou Longen, reforçando a responsabilidade de quem se coloca como interlocutor entre o empresariado e o poder público. Não era a primeira vez que a Fiems promovia esse tipo de encontro. No dia anterior, o mesmo formato foi realizado em Dourados, outro importante polo econômico do Mato Grosso do Sul. Mas, em Campo Grande, o tom ganhou um novo contorno: a capital precisa de ações concretas para se projetar como um centro industrial relevante no país.
Os discursos ensaiados - O desfile começou com Adriane Lopes, atual prefeita e candidata à reeleição pelo Partido Progressista (PP). De voz firme, Lopes fez questão de agradecer à Fiems por proporcionar o diálogo com os industriais. Falou das conquistas de sua gestão e do compromisso de estudar cada detalhe das propostas recebidas. “Recebemos as propostas. Vou me debruçar e estudar cada indicativo e cada número para que possamos atuar em cima deles, trazendo resultados para nossa Capital”, declarou. Na fala, ecoou uma mistura de satisfação e cautela, como quem segura o balanço entre o já feito e o ainda por fazer.
A prefeita e candidata à reeleição Adriane Lopes recebe das mãos de Sérgio Longen o documento com as propostas da Fiems para a indústria local.
Na sequência, Beto Pereira, candidato do PSDB e deputado federal, trouxe um tom de pragmatismo. Falou de forma direta aos empresários, garantindo que o setor industrial terá seu devido espaço no plano de governo, prometendo incorporar as sugestões apresentadas pela Fiems. “Eu não tenho dúvida que a expertise que a Fiems tem no dia a dia, a luta dos empresários, as dificuldades que enfrentam em Campo Grande, consolidaram esse documento para que possamos nortear nossas iniciativas”, destacou Pereira, enquanto ecoava o mantra da eficiência e da experiência que carrega da política nacional.
Beto Pereira, candidato do PSDB à prefeitura de Campo Grande, é entregue com o relatório das demandas industriais elaborado pela Fiems.
Já Camila Jara, a jovem deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), trouxe uma abordagem que ressoou diferente: o foco na sustentabilidade. Com uma postura moderna, Jara garantiu que suas propostas para a indústria passam pela integração de práticas sustentáveis, vislumbrando uma cidade mais ecológica e com menor dependência das oscilações do mercado tradicional. “Campo Grande pode, sim, ser o novo Vale do Silício das indústrias de sustentabilidade”, afirmou. A candidata, que prometeu uma capital carbono neutro até 2032, traçou um horizonte ambicioso, tentando conquistar os empresários com uma promessa de inovação verde.
Camila Jara, candidata pelo PT, posa ao lado de Sérgio Longen com as propostas da Fiems para o desenvolvimento da indústria de Campo Grande.
Encerrando o ciclo de discursos, Rose Modesto, do União Brasil, reforçou o papel da desburocratização como chave para destravar o crescimento industrial na capital. Para ela, o ambiente de negócios precisa ser simplificado, com menos entraves para os empresários locais, permitindo o florescimento de novas indústrias. “A nossa ideia é desburocratizar para que o empresário tenha mais facilidade de estar aqui, trabalhar com incentivos importantes e desenvolver a indústria local”, apontou Modesto, com o tom de quem sabe que a solução dos problemas pode estar nas entrelinhas das papeladas que atravancam os processos administrativos.
Rose Modesto, candidata à prefeitura de Campo Grande, recebe documento com as demandas da indústria das mãos de Sérgio Longen, presidente da Fiems.
Fiems, a guardiã da indústria - Mais do que um palco para propostas, a Fiems tem se consolidado como uma ponte entre o setor privado e o poder público. Não à toa, a entidade vem protagonizando eventos como esse, aproximando as necessidades de quem produz com as promessas de quem se candidata a administrar a cidade. Longen, sempre diplomático, faz questão de destacar que o objetivo da Federação vai além de simples debates eleitorais. O que a Fiems busca é um compromisso duradouro com o desenvolvimento industrial de Mato Grosso do Sul, um estado que ainda encontra grandes desafios para se consolidar como referência no cenário nacional.
O tom otimista do presidente da Fiems ficou claro quando ele falou sobre as expectativas para o futuro: “É uma grande discussão a respeito do que envolve o desenvolvimento da indústria na nossa Capital”, disse Longen, ciente de que os próximos anos serão decisivos para o avanço do setor. O objetivo é claro: fazer de Campo Grande um polo industrial competitivo e inovador, capaz de atrair novos investimentos e gerar empregos.
Enquanto os candidatos se esforçam para traduzir suas promessas em palavras de impacto, a Fiems continua cumprindo seu papel de promotora do diálogo e articuladora de iniciativas que visam colocar o desenvolvimento industrial no centro das discussões políticas. E, ao que tudo indica, essa estratégia de trazer os candidatos para perto dos empresários pode render bons frutos, seja qual for o resultado das urnas.
Confira na íntegra a sabatina com os candidatos à prefeitura de Campo Grande, promovida pela Fiems, e entenda as propostas para o futuro da indústria local. Para assistir à live completa, basta clicar no play abaixo e acompanhar as discussões diretamente no YouTube:
O futuro da indústria em Campo Grande - Com a sabatina organizada pela Fiems, uma questão importante fica no ar: qual será o futuro da indústria em Campo Grande após as eleições? Se depender da Federação e de seus esforços para manter a indústria no foco das discussões políticas, o horizonte parece promissor. As demandas estão colocadas sobre a mesa, e cabe aos candidatos, agora, transformá-las em ações práticas que beneficiem tanto a indústria quanto a cidade como um todo.
Afinal, a indústria é um motor fundamental para o crescimento econômico de qualquer cidade, e em Campo Grande, o caminho para um futuro mais próspero parece estar sendo pavimentado – com a ajuda decisiva da Fiems, que, mais do que uma simples mediadora, assume o papel de guardiã do desenvolvimento industrial no estado.
