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POLÍTICA

Lula critica sanções dos EUA, defende Mais Médicos e destaca soberania na saúde

Presidente afirma que relação do Brasil com Cuba é de respeito e destaca o avanço da Hemobrás como marco para a autonomia do país na produção de medicamentos essenciais

14 agosto 2025 - 16h55
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - (Foto: ABrasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (14), as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos a dois profissionais brasileiros vinculados ao Programa Mais Médicos. Lula defendeu a cooperação com Cuba e reafirmou que a relação do Brasil com o país caribenho é baseada no respeito mútuo.

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A revogação dos vistos de Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde, foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na quarta-feira (13). A sanção é vista como uma retaliação devido à colaboração com Cuba no Mais Médicos, programa que contou com médicos cubanos de 2013 a 2018.

Em seu discurso, Lula destacou que o bloqueio econômico imposto pelos EUA a Cuba há mais de 60 anos tem causado sérias dificuldades ao país, e pediu que os norte-americanos "aceitem a derrota" e permitam que Cuba viva em paz. “O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. A nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos”, afirmou o presidente.

Lula ainda enfatizou a importância do Mais Médicos para cobrir a falta de médicos em áreas carentes do Brasil, um programa que foi remodelado e ampliado em seu terceiro mandato. O presidente lembrou que, enquanto alguns criticaram a participação de médicos cubanos, o programa tem sido essencial para fornecer atendimento médico em localidades remotas e periféricas, onde há escassez de profissionais da saúde.

Soberania na produção de medicamentos

Lula também participou da inauguração de novas unidades da Hemobrás, em Goiana (PE), que vão permitir ao Brasil alcançar maior autonomia na produção de medicamentos hemoderivados, como albumina e imunoglobulina, fundamentais para o tratamento de diversas doenças graves. O presidente ressaltou que a fábrica representa um marco para a soberania nacional, garantindo maior autossuficiência no setor de saúde.

A nova planta industrial, com investimento de R$ 1,9 bilhão, tem capacidade para produzir até 500 mil litros de plasma fracionado por ano, um passo importante para que o Brasil possa suprir sua própria demanda por esses medicamentos, até então dependentes de importação.

Em relação às sanções dos EUA, Lula reafirmou a independência do Brasil diante das ameaças externas e destacou que o país não se intimidará diante de pressões internacionais. "A Hemobrás veio para ficar e para mostrar que o Brasil é soberano e não tem medo de ameaça", concluiu o presidente.

Após a cerimônia, Lula seguiu sua agenda em Pernambuco, onde anunciou novas ações do programa "Agora Tem Especialistas" e entregou títulos de regularização fundiária à comunidade de Brasília Teimosa, no Recife.

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