
Em busca de um perfil mais político e pressionado pela queda de popularidade do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira, 25, a pesquisadora Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Nísia é a terceira ministra a cair no governo Lula 3, que agora tem nove mulheres na Esplanada. Ela será sucedida pelo ministro Alexandre Padilha, que deixa o comando da Secretaria de Relações Institucionais.

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A marca de nove ministras é inferior aos números dos dois primeiros mandatos de Lula e também do governo de Dilma Rousseff (PT). O terceiro mandato começou com 11 mulheres, batendo o recorde de Dilma na largada da gestão.
Quero parabenizar e agradecer à ministra @nisia_trindade pelos dois anos de dedicação e compromisso à frente do Ministério da Saúde. Sua atuação foi fundamental para fortalecer o SUS, ampliar o acesso à saúde e garantir avanços importantes para a população brasileira. pic.twitter.com/nS03yzkpfI
— Daniela do Waguinho (@DanielaCarneiro) February 26, 2025
A primeira a ser substituída foi a então ministra do Turismo, a deputada Daniela Carneiro (União-RJ), em julho de 2023. A articulação política do Planalto queria realizar a troca para melhorar a votação de projetos na Câmara, fazendo o União Brasil entregar mais votos para pautas de interesse do Executivo - principalmente no campo econômico.
Apesar de integrar o partido, a ministra era considerada uma "escolha pessoal" de Lula. Daniela foi substituída por Celso Sabino (União-PA).
A ex-atleta Ana Moser, que estava à frente do Esporte, deixou o cargo em setembro de 2023 para que o governo pudesse dar espaço a um parlamentar do PP, partido do então presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (AL). O escolhido foi André Fufuca (PP-MA), que foi vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara.
A troca gerou certo mal-estar entre grupos de sustentação do governo e, um dia após a demissão, durante desfile de 7 de Setembro, Lula se cercou das demais ministras do governo na tribuna de honra do evento.
Ana Moser deixou o cargo sem agradecer publicamente e disse ao Estadão que "as decisões, mesmo com a participação de mulheres, ainda são tomadas por homens". "Mesmo com número recorde que se colocou no início do governo, não é algo simplesmente posto, é construído", afirmou.
Pouco depois, em outubro, outra troca foi realizada entre cargos da cúpula do governo, dessa vez na presidência da Caixa Econômica Federal. Rita Serrano, servidora de carreira nomeada por Lula, foi substituída pelo economista Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado por Arthur Lira.
Deputados e senadores reclamavam de seu perfil técnico e diziam que ela não atendia aos pedidos feitos por parlamentares. Na época, Rita Serrano curtiu uma publicação no X (antigo Twitter) com críticas à sua demissão.
Nesta terça-feira, 25, Daniela Carneiro postou uma mensagem de apoio a Nísia Trindade. "Sua atuação foi fundamental para fortalecer o SUS, ampliar o acesso à saúde e garantir avanços importantes para a população brasileira", escreveu a deputada.
Saiba quem são as nove ministras do governo:
- Anielle Franco, Ministério da Igualdade Racial;
- Cida Gonçalves, Ministério das Mulheres;
- Esther Dweck, Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
- Luciana Santos, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Macaé Evaristo, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania;
- Margareth Menezes, Ministério da Cultura;
- Marina Silva, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima;
- Simone Tebet, Ministério do Planejamento e Orçamento;
- Sônia Guajajara, Ministério dos Povos Indígenas.
