
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou nesta sexta-feira (10) que a estratégia para tentar aprovar uma anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro será apresentar um destaque ao projeto relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), apelidado por ele de “PL da dosimetria”. O texto foi retirado da pauta da próxima semana pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em entrevista ao Canal Uol, Nikolas reconheceu a resistência do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF) à anistia ampla defendida por bolsonaristas, além da queda de apoio popular à medida, segundo pesquisas.
“Existe a possibilidade do destaque. Não sei se o relator vai incluir algo, uma anistia como desejamos, mas é uma chance de votação separada emenda ou parte do projeto”, explicou o parlamentar. Paulinho da Força, no entanto, já declarou que a anistia “não é possibilidade” em seu parecer.
Nikolas afirmou ainda que a base do governo deve votar contra, mas acredita que parte dos deputados tem se sensibilizado à causa: “Que o PT vai votar contra, isso é fato. Agora, é possível aprovar um destaque, porque os deputados têm sido sensibilizados. Sei que é difícil lutar contra alguém com a máquina na mão, como o presidente Lula”.
O parlamentar também criticou a atuação do STF, acusando a Corte de interferir nas atribuições do Congresso: “É muito difícil lutar contra uma instituição como o STF, que atua ativamente no Congresso. Isso é um absurdo. Os ministros do STF estão na rota de elaboração da anistia”, afirmou.
