
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (10) que o país “não tem escolha” a não ser derrotar completamente o Hamas, defendendo a ampliação da ofensiva militar na Faixa de Gaza. Em coletiva com a imprensa estrangeira em Jerusalém, ele disse que o objetivo “não é ocupar Gaza, mas libertá-la”.

Segundo o líder israelense, 70% a 75% do território já está sob controle militar de Israel, restando dois bastiões: a Cidade de Gaza e campos no centro do enclave. Netanyahu apresentou um plano em cinco fases: desarmamento do Hamas, libertação dos reféns, desmilitarização de Gaza, controle de segurança por Israel e criação de uma administração civil não israelense.
Ele rebateu críticas internacionais, classificando-as como “campanha global de mentiras”, e anunciou que pretende permitir a presença de mais jornalistas estrangeiros no território — algo raro desde o início da guerra.
Mortes durante busca por ajuda
No mesmo dia, autoridades palestinas informaram que ao menos 26 pessoas foram mortas enquanto tentavam obter ajuda humanitária em Gaza. Os óbitos ocorreram perto de comboios e pontos privados de distribuição de alimentos, incluindo o recém-criado corredor de Morag, entre Rafah e Khan Younis.
Testemunhas relataram disparos contra multidões que se aproximavam de um local administrado pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), apoiada por EUA e Israel. A fundação negou incidentes e atribuiu as mortes a tentativas de saque de comboios. O Exército israelense também negou envolvimento.
Hospitais relataram ainda sete mortos em ataques aéreos, entre eles duas crianças.
Fome e mortes por desnutrição
O Ministério da Saúde de Gaza registrou mais duas mortes infantis por desnutrição, elevando para 100 o total desde o início do conflito. Entre adultos, são 117 óbitos desde junho. Esses números não estão incluídos no balanço oficial de 61,4 mil mortos na guerra, cerca de metade mulheres e crianças.
Protestos e greve geral em Israel
Dentro de Israel, famílias de reféns pediram greve geral contra o plano de Netanyahu, temendo riscos aos cerca de 50 sequestrados ainda em Gaza — 20 deles acreditados vivos. No sábado, dezenas de milhares protestaram em Tel Aviv, em uma das maiores manifestações recentes contra o governo.
Pressão internacional e ação da ONU
A ONU convocou reunião de emergência do Conselho de Segurança para discutir o avanço militar. A Alemanha suspendeu exportações de equipamentos militares para Israel, enquanto líderes de Reino Unido, União Europeia e países europeus alertaram para o risco de agravamento da crise humanitária e aumento no número de mortes.
