
O advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Jair Bolsonaro na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta quarta-feira (3) que a defesa não teve acesso completo às provas do processo. A declaração foi feita durante sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Vilardi, o conjunto de provas, obtido ao longo de anos pela Polícia Federal, inclui depoimentos, documentos e perícias, mas a defesa só teve acesso a parte do material poucos dias antes do início da instrução processual, com prazo insuficiente para análise. Ele mencionou que a quantidade de dados recebidos chega a 70 terabytes e que houve falhas em arquivos importantes, como os relacionados ao general Mário Fernandes e à Operação Punhal Verde e Amarelo.
“Não tivemos tempo nem acesso integral às provas. A paridade de armas não existiu. Enquanto o Ministério Público e a PF puderam analisar todo o material, a defesa ficou com prazos extremamente curtos”, afirmou Vilardi. Ele reforçou que a interpretação e contextualização das provas é um direito da defesa, e que não cabe à Polícia Federal, ao Ministério Público ou ao Judiciário decidir o que pode ser visto.
O advogado destacou ainda que, em 34 anos de carreira, esta foi a primeira vez que se apresentou à tribuna sem conhecer a íntegra de um processo.
