
Durante viagem à Europa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a se manifestar contra a operação da Polícia Federal que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em postagem no X (antigo Twitter) na noite deste domingo, 20, Flávio classificou como injustas as acusações e declarou que “a propagação de mentiras se alastra rápido quando é contra Bolsonaro”.

O senador, que embarcou para o exterior na quinta-feira, 17, um dia antes das determinações judiciais contra seu pai, afirmou que está em contato diário com Jair Bolsonaro e lideranças políticas aliadas. Entre as medidas impostas ao ex-presidente estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de manter contato com outros investigados na apuração da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Flávio afirmou ainda que a viagem estava agendada desde o ano passado, aproveitando o início do recesso parlamentar, no dia 18, e o período de férias escolares das filhas. De acordo com sua assessoria de imprensa, a ida ao exterior aconteceu logo após Jair Bolsonaro visitar o Senado Federal. O retorno está previsto para o dia 1º de agosto.
No X, o senador também fez críticas indiretas ao governo Lula ao comentar sobre a situação política do país. "Estarei de volta a Brasília, esperando que Lula já tenha resolvido a taxa de 50% sobre o Brasil, que foi parar na mesma prateleira da Venezuela quando o assunto é falta de democracia", escreveu.
A declaração foi feita em meio à repercussão das manifestações de apoiadores de Jair Bolsonaro contra a operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As medidas cautelares fazem parte do inquérito que investiga a organização e tentativa de articulação de um golpe de Estado, com o objetivo de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.
A viagem internacional de Flávio Bolsonaro, no entanto, tem sido alvo de críticas por parte de opositores. Nas redes sociais, o deputado federal André Janones (Avante-MG), que está com o mandato suspenso, acusou o senador de ter deixado o país para evitar uma eventual prisão. “Mais um covarde foge como um rato para não ser preso!”, escreveu.
Também nas redes, o vereador Pedro Rousseff (PT), de Belo Horizonte e sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff, afirmou: “O golpista foi pra EUROPA onde deve ficar FORAGIDO”, sugerindo que a viagem teria outros objetivos além do descanso familiar.
A equipe de Flávio Bolsonaro nega qualquer irregularidade e reafirma que o senador permanece informado e envolvido nas articulações políticas, mesmo durante a viagem.
