
Na quarta-feira, 23, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveu ações em sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 22 estados brasileiros, como parte de uma mobilização que visa pressionar o governo a acelerar a reforma agrária. A autarquia é a responsável por implementar as políticas agrárias no Brasil. Durante o dia, o MST também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), levando uma série de demandas relacionadas ao campo.

O MST abordou questões como a criação de novos assentamentos, o acesso ao crédito para a produção rural e a necessidade de políticas públicas voltadas à produção de alimentos saudáveis. Além disso, a organização destacou a importância de investimentos em moradia, educação e infraestrutura para as famílias do campo.
Em São Paulo, cerca de 300 militantes do MST ocuparam a sede do Incra, questionando diretamente: "Lula, cadê a reforma agrária?". As ocupações também ocorreram em outros estados, como Tocantins, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Maranhão, Pará e Roraima. Essas ações fazem parte da “Semana Camponesa”, uma mobilização nacional que segue até o dia 25 deste mês.
A pressão do MST sobre o governo se intensificou com a divulgação, no início da semana, de uma carta aberta onde o movimento pediu mais rapidez nas ações de reforma agrária. A carta também ressaltou a relação entre a reforma agrária e a soberania alimentar, tema que tem sido central nas discussões do governo Lula, principalmente após os desafios impostos pela política internacional do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento Agrário afirmou que a reforma agrária já vem avançando, com a disponibilização de 13.944 novos lotes para assentamentos em 2025, número semelhante ao dos primeiros mandatos de Lula. A pasta também rebateu as acusações do MST de que o processo estaria lento, destacando que o ritmo da reforma agrária já foi restabelecido.
Além das ocupações, o MST continua a vincular sua luta pela reforma agrária à questão da soberania nacional e alimentar. Em suas publicações, a organização destaca como a Reforma Agrária Popular é vista como uma estratégia fundamental para garantir justiça social e segurança alimentar, especialmente em um cenário onde o Brasil busca reforçar sua independência em relação à produção de alimentos.
