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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

MS pode ter primeira lei do país sobre logística reversa de produtos veterinários

Minuta do projeto foi apresentada na Assembleia Legislativa e visa descarte adequado de resíduos perigosos no campo

11 novembro 2025 - 17h40Osvaldo Júnior
Reunião da Frente Parlamentar do Lei, realizada no plenarinho da ALEMS, debateu iniciativas de sustentabilidade.
Reunião da Frente Parlamentar do Lei, realizada no plenarinho da ALEMS, debateu iniciativas de sustentabilidade. - (Foto: Wagner Guimarães)
Terça da Carne

Mato Grosso do Sul está perto de se tornar o primeiro estado brasileiro a contar com uma legislação específica para a logística reversa de produtos veterinários. A proposta foi apresentada nesta terça-feira (11), durante reunião da Frente Parlamentar do Leite, realizada no Plenarinho Nelito Câmara da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), com condução do deputado Renato Câmara (MDB).

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O projeto de lei, construído coletivamente por representantes do setor produtivo, entidades ambientais e especialistas, estabelece diretrizes para o descarte adequado de resíduos veterinários — como embalagens de antibióticos e fungicidas — que oferecem risco à saúde e ao meio ambiente, especialmente em áreas rurais.

Durante o encontro, também foi destaque o Programa Ciclos Reciclagem e Sustentabilidade, da empresa sul-mato-grossense Real H Nutrição e Saúde Animal, selecionado para representar o estado na COP30.

Prevenção e sustentabilidade no campo

Deputado Renato Câmara, coordenador da Frente Parlamentar.Deputado Renato Câmara, coordenador da Frente Parlamentar.

Ao abrir os trabalhos da Frente Parlamentar, Renato Câmara reforçou a necessidade de o setor leiteiro assumir um papel protagonista em práticas sustentáveis. “Trata-se de uma política baseada na parceria e na cooperação, construída em um espaço plural. É nosso dever oferecer respostas à altura dos desafios ambientais que enfrentamos”, afirmou.

A apresentação da minuta do projeto ficou a cargo do médico-veterinário Wilson Nobuyuki Igi. Segundo ele, o Brasil ainda não possui uma legislação federal específica para o descarte de medicamentos veterinários, mesmo com o risco elevado desses resíduos. Por isso, a proposta em MS pode servir de modelo nacional.

Wilson Igi apresentou a minuta do projeto de lei.Wilson Igi apresentou a minuta do projeto de lei.

“O descarte inadequado pode contaminar solo e água, afetar a fauna, provocar desequilíbrios como a feminização de peixes e até gerar multas aos produtores rurais”, alertou Igi.

O que diz o projeto de lei

O texto determina que fabricantes, distribuidores, revendedores e importadores de produtos veterinários deverão manter sistemas próprios de logística reversa, garantindo a coleta e a destinação final ambientalmente adequada de resíduos. Para os produtores rurais, a entrega será gratuita e voluntária.

Fica proibido o descarte a céu aberto, em rios, esgotos, aterros ou lixo doméstico. A norma também se alinha ao Programa Extra Leite, que orienta o correto descarte de agulhas, seringas, embalagens e produtos vencidos nas propriedades.

A proposta se apoia em três pilares, conforme explicou Igi: o ambiental (por reduzir a poluição), o da saúde única (por combater intoxicações e superbactérias) e o pecuário (por manter o produtor dentro da legalidade e fortalecer a imagem do setor).

Programa destaque na COP30

Durante a mesma reunião, foi apresentado o Programa Ciclos Reciclagem e Sustentabilidade, desenvolvido pela empresa Real H Nutrição e Saúde Animal. A iniciativa, que integra a delegação de MS na COP30, já retirou 1,33 mil toneladas de resíduos do meio ambiente, com apoio de produtores e colaboradores.

Mário Real informou sobre o programa e alguns dos resultados.Mário Real informou sobre o programa e alguns dos resultados.

Segundo o sócio-proprietário Mário Renck Real, a ação já reciclou 156 toneladas de plástico, 80 de metal, 693 de papel e 405 de vidro. “As pessoas ainda acreditam que existe ‘jogar fora’, mas tudo continua no mesmo planeta. O que pode ser reciclado deve ser reciclado. O que não pode, deve ser evitado”, declarou.

A empresa também reutilizou 2 milhões de litros de água em 2024 e está implantando uma estação de tratamento de esgoto, com licença já aprovada pela prefeitura. Além disso, 70% da receita obtida com os recicláveis é revertida às fazendas parceiras.

Compromisso com o futuro

O projeto de lei ainda será formalmente apresentado na Assembleia Legislativa e deve tramitar nas próximas semanas. A expectativa é que o pioneirismo de Mato Grosso do Sul inspire outras unidades da federação a adotarem medidas semelhantes para proteger o meio ambiente e garantir a segurança sanitária no campo.

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