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POLÍTICA

MPF pede cancelamento das outorgas da Jovem Pan por desinformação antidemocrática em 2022

Procuradores apontam que a emissora disseminou fake news, incentivou a ruptura institucional e pede indenização de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos

15 setembro 2025 - 13h00Guilherme Caetano
Ministério Público Federal em São Paulo
Ministério Público Federal em São Paulo - (Foto: Clayton de Souza/Estadão)
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O Ministério Público Federal (MPF) solicitou, nesta segunda-feira (15), o cancelamento das outorgas da Jovem Pan e a condenação da emissora ao pagamento de R$ 13,4 milhões em indenização por danos morais coletivos. O órgão afirma que a rádio teve papel central na disseminação de desinformação com viés antidemocrático durante as eleições presidenciais de 2022.

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As alegações finais foram apresentadas ao fim do prazo estabelecido pela Justiça Federal em uma ação civil pública, ajuizada em 2023 pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão. O MPF sustenta que, ao desinformar ouvintes e questionar a lisura do processo eleitoral, a emissora colocou em risco o regime democrático brasileiro.

Segundo o procurador Yuri Corrêa da Luz, a Jovem Pan atuou como “principal caixa de ressonância” de discursos que pavimentaram ações golpistas. Ele afirma que a veiculação sistemática de informações falsas, acompanhadas de incitações à desordem e à intervenção das Forças Armadas, foi essencial para o clima de insurreição.

A investigação cita ainda a atuação do então comentarista Paulo Figueiredo, mencionado 72 vezes nas alegações finais, por ter desempenhado “papel de destaque” nas ilicitudes. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele antecipou nomes de comandantes militares para aumentar a pressão por adesão ao golpe e expôs informações sigilosas durante o programa Pingos nos Is, em 28 de novembro de 2022.

O MPF destaca que, de acordo com a Constituição e o Código Brasileiro de Telecomunicações, a liberdade de expressão não permite “incentivar a desobediência, veicular notícias falsas que ameacem a ordem pública e insuflar a indisciplina nas Forças Armadas”. Por isso, defende que a imposição de medidas severas é necessária para “traçar uma linha no chão” e impedir que condutas semelhantes se repitam.

A Jovem Pan foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o pedido de cancelamento das outorgas.

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